terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Primeira sensação

Foi senha do 25 de Abril e volta a ser sinal de revolta.
Nos dias de hoje a Grândola de Zeca Afonso vai sendo uma arma para calar alguns que só querem as suas comodidades.
Interrompeu Passos Coelho no parlamento - na semana passada - foi cantada em Madrid no sábado e ontem fez calar Relvas em Vila Nova de Gaia.
O Doutor impostor ainda quis acompanhar os manifestantes, mas nem para isso tem jeito.
Vamos todos cantá-la para ver se este governo ganha vergonha e percebe que o Povo é quem mais ordena.

Hoje só podia ser esta.
Grândola Vila Morena e José Afonso.

4 comentários:

Mandrake disse...

Começo por relembrar que se Relvas é um "doutor impostor", manda a verdade que lembre - e devias ter sido tu a fazê-lo, dado ser o teu blogue - que Sócrates é um "engenheiro impostor".

Posto isto, vamos ao que também estás de acordo. A "Grândola, Vila Morena" é de facto um simbólico hino do 25 de Abril que não merece ser "assassinado" por políticos desafinados como Relvas que, ainda por cima, nem sequer sabem a letra da popular canção.

Mas, como já disse aqui, Relvas só cairá quando Passos cair, pois Passos - que pelo menos, como cantor, não desafina - precisa do seu "homem do aparelho", do - cito Clara Ferreira Alves - "grande facilitador" do seu executivo.

Por mais que lutemos - como na era Sócrates - esta gente só se vai embora, derrotada nas urnas, pois vergonha e o apregoado "sentido de estado" não integram o seu parco vocabulário.
A menos que o Portas - que está numa perigosa indefinição - deixe cair o seu governo. Mas nem ele sabe ainda se ganha mais em ficar e ser cúmplice desta política do executivo ou em sair e fazer cair o governo que fica minoritário. O único interesse de Portas é - como bem sabemos - manter-se no poder. Este é o seu leitmotiv, diria mesmo, o seu ÚNICO objectivo.

Passo a terminar com dois breves "factos":

1 - Como é possível convidar Relvas para discursar num designado "Clube de Pensadores"? O Carnaval já lá vai e nem sequer foi feriado.

2 - Como é possível que Relvas - mais um falso estudante que por aí anda armado em doutor - tenha o desplante de ir fazer figura de intelectual numa universidade? Que raio de provocação é esta? Já nem falo das suas falsas habilitações literárias que são ofensivas perante alunos - vamos supor que sim - se esforçam para obter os seus diplomas. Alunos que pagam propinas e são convidados pelo executivo a emigrar?

E, o que achei muito perigoso, foi ver a actuação da segurança - como nos tempos estalinistas do desonesto Sócrates - sobre quem está apenas a expressar o seu direito à indignação, ainda que - admitamos, como o referiu José Alberto Carvalho - possam ter impedido o cidadão Relvas de botar faladura - o seu "direito de expressão"!

Só que, caramba, não haverá gente mais capaz para ir a uma universidade falar aos alunos e professores presentes. Bem sei que era uma actividade integrada na comemoração dos 20 anos da TVI, a tal televisão que tu, meu caro amigo, num manifesto exercício democrático - achavas que deveria ser extinta.

Eu não leio "A Bola", por exemplo, mas nunca defenderia a sua extinção. Num país livre, cada qual deve ter a liberdade de escolher aquilo com que gosta de se entreter.

Mas, voltando a Relvas e sua turma, como é que esta gente, de facto, não tem vergonha na cara e continua sorridente a ouvir, dia após dia, impropérios - infelizmente para o país repletos de verdade, passe a forma como são transmitidos - de "gatuno" para baixo?

É mesmo adorar as mordomias do poleiro. Só pode! Ou, o que é pior, porque tal "estatuto" permite as ilegais e desonestas negociatas do costume que - pelos vistos - ficarão para sempre impunes.

Como se diria em Itália, "Porca miséria!"

Avô Jorge disse...

Mas acho que há uma diferença.
O Sócrates fez uma cadeira ao domingo, mas o Relvas só fez quatro - se é que fez - e deram-lhe o canudo.

Avô Jorge disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Mandrake disse...

Para sermos "correctos" - até porque ambos temos formação na área da comunicação - a diferença básica entre Sócrates e Relvas é a imagem que, como sabemos, conta muito.

O Sócrates, bem falante e com aquele ar de galã de meia idade - e vou omitir pormenores relativos a "orientações sexuais" - consegui, com facilidade, aplicar o "conto do vigário" a qualquer incauto.

Já o Relvas, com aquele ar de "magrebino" vendedor de tapetes e ventoinhas de pé alto, deixa logo as pessoas de pé atrás, mesmo que tente dizer que "norteia a sua vida pela busca do conhecimento permanente".

E, convém frisar, que a máquina socrática - vou citar o juiz Rui Rangel - tinha mais de 3 000 pessoas a "controlar" tudo o que se dizia/escrevia sobre ele e o seu gangue; a tratar da sua imagem, a fazer lóbis e criar pressões e tudo o mais que se sabe.... e não sabe!

Já este governo parece não dominar bem essa área, porque ninguém no seu juízo perfeito acharia adequado enviar o Relvas para discursar em "Clubes de Pensadores" e muito menos em universidades.

Olha o Paulo Portas se não "inventou" logo uma doença para não ter de ir botar faladura no ISCTE! Com a erosão governamental em curso, bem sabia que também ele seria vaiado. Vai daí... "adoeceu", coitadinho!

Mas, no meio destas touradas, uma coisa há que eu tenho gostado muito: o novo fôlego da velha "Grândola" como hino da revolta do povo que - ao contário do que o fdp do Ulrich diz - não aguenta mais.

Saudações revolucionárias e, como é mais que óbvio, o "povo unido jamais será vencido!"