Já está! Seis milhões assinaram petição para revogar Brexit
Na segunda-feira, o Parlamento britânico vai debater o texto, que o
Governo de Londres já disse não cumprir. Petição nasceu por causa da
"demissão do Parlamento" em relação "a metade do eleitorado".
Já chegou aos seis milhões de assinaturas a petição que exige a
revogação do Artigo 50.º, que estabelece o Brexit, a saída do Reino
Unido da União Europeia. Pelas 10.00 deste domingo, na véspera da
discussão no Parlamento britânico, que é esta segunda-feira, 1 de abril,
a petição passou a marca dos seis milhões, mas o Governo de Londres já
respondeu que não vai acatar o pedido dos cidadãos.
A autora da petição, Margaret Georgiadou, que esperava eventualmente atingir uns dez mil subscritores, argumentou num texto no
Independent que esteve
à espera "que alguém desafiasse efetivamente a mentira de que o Brexit
era 'a vontade do povo', mas esse alguém não chegou. Então decidi tentar
ser esse alguém".
A britânica defende que "a génese da petição está numa raiva
frustrada", perante "a demissão do Parlamento" em relação "a metade do
eleitorado". "Um grito silencioso, se quiser, já que aqueles que
detêm opiniões contrárias aos do governo e que foram rotulados de
traidores e inimigos do povo."
Margaret Georgiadou replica que "ninguém no Governo se preocupou com os restantes" eleitores: "Nós éramos educados, fazíamos marchas pacíficas, éramos razoáveis e não nos revoltávamos. Assim, os
Leavers e os
Remainers
foram deixados a lutar entre si, numa tática também conhecida de
dividir para reinar, todos encorajados a culpar a UE pelos nossos
problemas infligidos pelo governo."
Segundo o executivo de Theresa May, na resposta dada ao Parlamento, em 26 de março, "continua
a ser firme a política do Governo de não revogar o Artigo 50.º.
Honraremos o resultado do referendo de 2016 e trabalharemos para
entregar uma saída que beneficie a todos, quer tenham votado
Leave (sair da UE) ou
Remain (permanecer na UE)".
Para o executivo, respeitar
o pedido da petição, que é o de "revogar o Artigo 50.º, e assim
permanecer na União Europeia, prejudicaria tanto a nossa democracia
quanto a confiança depositada por milhões de eleitores no Governo".
Na resposta, o gabinete de Theresa May reconhece "o número
considerável de pessoas que assinaram esta petição", mas sublinha que
"cerca de três quartos do eleitorado participaram do referendo de 2016,
confiando que o resultado seria respeitado".
No texto
diz-se que o "governo escreveu a todas as famílias antes do referendo,
prometendo que o resultado do referendo seria implementado". Para
os governantes, "17,4 milhões de pessoas votaram então para deixar a
União Europeia, fornecendo o maior mandato democrático para qualquer
ação já dirigida ao governo do Reino Unido".
in DN