Eu sou daqueles que gosto de defender os jornalistas, mas nos dias de hoje, as audiências e a concorrência, nomeadamente as televisivas, transformam a malta da comunicação em palerminhasque fazem perguntas à procura de sangue.
Nem sequer vou referir quem fez a pergunta, mas vou transcrever um diálogo ocorrido após a meia-final da Taça da Liga entre o FC Porto e Académico de Viseu.
Na conferência de imprensa surgiram estas duas questões a Sérgio Conceição: “Vai preparar a equipa frente ao Sporting com ou sem Porro? E vai cumprimentar o Rúben Amorim?”.
A resposta do treinador azul-e-branco foi esta: “É uma pergunta choné. Eu cumprimento o Rúben, claro que sim. Não percebo a pergunta”.
Eu também não percebi.
No CANTINHO LUSO desta semana vamos espreitar a Liga italiana, onde a meio da temporada o Nápoles já pode encomendar as faixas, numa altura em que tem 13 pontos de vantagem para o segundo classificado, o Inter.
O destaque deste fim semana vai para o internacional português Dany Mota, que brilhou na vitória (0-2) do Monza no terreno da Juventus, marcando o segundo golo da sua equipa, que já na 1ª volta tinha vencido a Vecchia Signora.
Não há unanimidades em nada na vida, mas se eu disser que foi José Mourinho que abriu os olhos do Mundo para a qualidade dos treinadores portugueses, não andarei muito longe da verdade, independentemente de se gostar ou não do seu estilo.
Vinte e três anos de carreira, mais de mil jogos à frente de nove equipas, conquistando 26 troféus, foi criando ao longo dos anos uma imagem de rigor, disciplinador e de uma enorme proximidade aos seus jogadores.
O Special One fez a semana passada 60 anos, sendo que em dezembro de 2005 proferiu a seguinte afirmação: “Podem ver-me treinar aos 56 ou 57 anos, por exemplo, mas ninguém me verá treinar aos 70 anos, como Bobby [Robson], ou aos 65 como Ferguson”.
Depois da recusa em ser o novo selecionador nacional, será que vamos ter José Mourinho reformado em breve?
O VELHO desta semana vai premiar um jogador que em poucos dias passou de besta a bestial, muito frequente no meio futebolístico.
Santi Colombatto joga no Famalicão, na jornada anterior falhou um penalty frente ao Rio Ave e a sua equipa perdeu dois pontos.
No domingo, de novo em casa, marcou o único golo que deu a vitória no duelo com o Estoril.
Saldo positivo para o jogador argentino e a distinção desta semana.
Vou aproveitar estas linhas para reforçar uma ideia que tenho há muitos anos, mas antes vou enquadrar esta minha opinião na final da Taça da Liga.
No sábado estive ocupado com outra atividade e não vi o jogo, tendo só chegado a Leiria quando as televisões estavam no rescaldo da primeira vitória azul-e-branca na prova.
Logo percebi pelos semblantes dos treinadores quem tinha vencido, mas o derrotado Rúben Amorim teve uma atitude inatacável nas suas declarações após o jogo.
Já o pior chegou do seu presidente, Frederico Varandas, que veio acusar a arbitragem e o VAR de terem prejudicado a sua equipa.
Aqui é a altura de regressar ao início desta pequena conversa.
Tenho um princípio – que ninguém faz – que para nos pudermos queixar de erros da arbitragem, que, supostamente, nos prejudicam, devemos fazer o mesmo quando, dentro do mesmo critério, nos beneficiaram.
Obviamente que as arbitragens vão sempre ser um motivo de desculpa de todos os que não ganham, mas confesso que essas conversas, tipo Calimero, já me cansam.
Independentemente da cor dos protestos!
Até para a semana.