Miguel Torga, pseudónimo de Adolfo Correia Rocha, nasceu em São Martinho de Anta, Vila Real, a 12 de Agosto de 1907 e faleceu em Coimbra, a 17 de Janeiro de 1995.
Foi um dos mais importantes escritores portugueses do século XX.
Filho de gente humilde do campo do concelho de Sabrosa, Alto Douro, frequentou brevemente o seminário, e emigrou para o Brasil em 1920, com doze anos, para trabalhar na fazenda do tio, na cultura do café.
Em 1925 regressa a Portugal e dois anos depois é fundada a revista Presença, de que é um dos colaboradores desde o início. Em 1928 entra para a Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra e publica o seu primeiro livro, Ansiedade, de poesia.
Em 1933 concluiu a formatura em Medicina, com apoio financeiro do tio do Brasil. Exerceu no início nas terras agrestes transmontanas, de onde era originário e que são pano de fundo da maior parte da sua obra.
A obra de Torga tem um carácter humanista. Criado entre os trabalhadores rurais, assistindo aos ciclos de perpetuação da Natureza, aprendeu o valor de cada homem, como criador e propagador da vida e da Natureza. Para ele, sem o homem, não haveria searas, não haveria vinhas, não haveria toda a paisagem duriense, feita de socalcos nas rochas, obra magnífica de muitas gerações de trabalho humano.
Considerado por muitos como um avarento de trato difícil e carácter duro, foge dos meios das elites pedantes, mas dá consultas médicas gratuitas a gente pobre e é referido pelo povo como um homem de bom coração e de boa conversa.
Foi o primeiro vencedor do Prémio Camões.
Dos seus diversos trabalhos de poesia e ficção, destacam-se Bichos e Novos Contos da Montanha.
Nasceu há 100 anos.
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