terça-feira, 9 de outubro de 2007

O Canto da Princesa

Quem me conhece sabe que sou doida por automóveis.
É verdade, na brincadeira costumo dizer que na minha casa quem escolhe e cuida dos carros sou eu. Além disso gosto de conduzir, é um dos grandes prazeres que tenho. Dizem que gosto de pisar o acelerador, mas são tudo bocas da oposição, do género masculino, se me faço entender.
Serve esta introdução e no seguimento do texto publicado pelo Tio Jorge há alguns dias atrás, sobre o civismo do povo português, para exprimir a minha frustração e irritação pelos condutores da faixa do meio. Se têm três faixas porque andam na do meio? Oh tortura! Deve ser porque no meio está a virtude. Não deixam de ser uns grandes empatas e um perigo constante.
Hoje deixo mais um exemplo do que é não saber viver em sociedade.
Também inclui carros mas desta vez o estacionamento e toca-me bem de perto.
O sítio onde habito é fechado, de acesso a quem apenas nele habita. Na entrada para as garagens existe um passeio rebaixado que, logo desde a primeira reunião, ficou decidido que não seria para estacionamento, mas sim para cruzamento de veículos. Pois é, mas a falta de civismo é isto mesmo. Raro é o dia em que pelo menos um dos meus caros vizinhos não deixa lá a sua bomba.
Ainda melhor é que, os que prevaricam, têm garagem. Tudo bem, expliquem-me como se fosse muito burra. É para vermos a marca dos carros ou é preguiça de os arrumar?
Como só nos lembramos de Santa Bárbara quando troveja, nem quero ver o dia em que uma ambulância ou outro veículo do género precisar de entrar...

Célia Paulino

2 comentários:

mzmadeira disse...

Estás a ver que tens jeito para escrever?...
Ficaste nas primeiras dificuldades, enquanto PRIMEIRA correspondente do então recém nascido Público para a árera de Vila Franca.

Nessa altura - e para os que me julgam pelo que escrevo [hoje] mas não me conhecem - eu ainda não me sentia com "autoridade" para intervir. Nem disso falámos, para ser franco, não é verdade?

Se fosse hoje "obrigava-te" a todos os sacrifícios, à "sorte" dos correspondentes que, em sete peças semanais enviadas para o jornal... podem não ver nenhuma publicada... Ajudava-te.

Mas "invado" de novo o espeço do Tio Jorge - eu sei que não fui convidade, hehehehh.... - para sublinhar o teu artigo. Leste bem: artigo jornalístico, com opinião e tudo.

E venho aopiar-te.
Com dois exemplos.
Manda o meu dia-a-dia que saia do jornal... de noite. Muito de noite. Tão de noite que já nem tenho transportes públicos para me trazerem à minha caminha.
Sou, por isso, cliente - ferozmente disputado na praça do largo da Misericórdia (porque a "corrida" é jeitosa) - dos táxis. Fiz amigos entre meia dúzia deles. Mas mantenho-me fiel a um princípio. Era fácil, dez minutos antes de sair da Travessa da Queimada ligar a um dos muitos que se ofereceram e combinar que me apanhassem um pouco mais à frente, junto ao elevador da Glória, por exemplo. Fui sempre honesto. Guardei os cartões - que nunca se sabe quando há uma aflição - mas mantenho-me firme na minha posição. Saia eu a que horas sair, o que varia entre as 2.30 e as 3.30 da madrugada, vou à praça, e quem estiver à frente ganha o "jacpot" dos 30 euros de corrida.

Voltemos à tua estória.
Uma bela noite venho com um senhor já de certa idade, que me trazia pela primeira vez e que, como referes, com a A1 às moscas, não saía da faixa central.

A dada altura, vindo de trás de nós um carro da BT, usando o sistema de comunicação, passou por nós dizendo: "Senhor condutor, use a faixa da direita, por favor!"
O Carro da BNR nem abrandou e rapidamente desapareceu da nossa vista.
No meio tempo, o "profissional" de táxis dizia-me... "Se vou pela direita nunva mais lá chegamos!"
Não comentei.

Eu não tenho carta de condução apesar de vocês saberem que fiz o exame de código e passei... mas percebi a "confusão" do taxista... "profissional".
Há uns sinais justapostos, que, de quando em vez aparecem na berma da autoestrada a lembrar que, na faixa da direita não se pode circular A MENOS DE 40 km/h; na do centro... a menos (creio, digo de memória e há já algum tempo que não ando de carro) de 70 km/h e, claro, na faixa mais à esquerda não se pode ultrapassar os regulamentares 120 km/h.

Pois... desde que a Brigada da BT passou por nós e deixou o aviso, o senhor colou-se à direita e não passou dos 40 km/h. Como a tarifa é ao km eu nem disse nada.

Aquele "profissional" lia os sinais de proibição de velocidade mínima como se de máxima se tratasse! O que o homenzinho pensava era que, na faixa da direita não podia ir a mais de 40.
NÃO SABE O CÓDIGO DA ESTRADA!

Segunda história.
Já disse que não conduzo. Não tenho carta. Por isso vou de comboio para Lisboa.

À entrada do... chamemos-lhe Bairro da Estação, estão três blocos de apartamentos novos. Têm três, quatro anos.
TODOS têm garagem. E o passeio é largo. Muito largo.
Mas os peões têm que fazer uma gincana por entre os carros estacionados frente aos portões das garagens que ostentam o sinal de "proibição de estacionamento".
Uns malvados que não respeitam ninguém, pensei eu. Até começar a perceber que os jipes e outros varros de alta ciclindrada, Audis, Mercedes... eram deixados à porta da garagem, em cima do passeio, por quem depois... entrava no prédio.

Porque é que, tendo garagem, não acomodavam lá os seus pópós?

Percebi uma tarde de início de verão, quando o calor começa a apertar. São três prédios só.
No primeiro, portão da garagem aberto, disputava-se nesta (que eu vi, ao passar) um animado jogo de ping-pong, com a mesa a ocupar o espaço central da garagem que estava reduzida ao mínimo com as preteleiras cheias de não sei o quê que "roubavam" bem uns 60 centímetros a cada uma das quatro paredes.
Na outra, logo a seguir, o mesmo espaço tinha uma mesa onde um frupo de uma dúzia de pessoas almoçava calmamente, com um "sonzinho" à mistura.

Por isso, os SEUS carros NÃO CABEM NAS SUAS GARAGENS!...

Um dia, mal disposto, pensei: "E se eu, fingindo que era o dono da garagem, telefonasse à GNR a queixar-me que tinha um carro estacionado no passeio e que não me deixava sair?"

E se a GNR fosse lá? E descobrisse que, afinal, o carro era do... dono da garagem?

As pessoas compram as garagens, ou boxes, ou lá como se chamam, já a pensar em fazer delas mais uma divisão da casa. O carro? Fica onde calhar... neste caso, no passeio, de focinho orientado para a placa de "proíbido estacionar". Como se isso só valesse para os outros.

O pior é que, tenho quase a certeza... os donos ACHAM mesmo que é... SÓ PARA OS OUTROS.

Beijinho Célia.

Anónimo disse...

Manel meu querido gosto sempre de ler a tua opinião. É mesmo isso é só para os outros que eles até são os donos..... chega mesmo a ser irritante!!!!
Mas deixa-me dizer que adorei a 1º parte da história, como é que existe alguém assim. Nem dá para acreditar.......
beijocas e vê se apareces.....
o teu afilhado ainda tem a esperança que o vejas jogar.......