Agora que estamos fora do Europeu, é fácil, à boa maneira nacional, encontrar os culpados.
Um dos mais criticados foi o guarda-redes Ricardo.
Até por ter um keeper em casa, por acaso com o mesmo nome, tenho uma percepção do quanto é ingrato o lugar na baliza.
No tempo do Pão com Manteiga, programa radiofónico de Carlos Cruz nos idos anos de 70, havia uma frase de um jogador desesperado: “O que é querem que eu faça? Foram todos lá para a frente e deixaram-me cá atrás sozinho”.
Esta é um pouco a imagem da ingratidão do lugar no jogo.
De qualquer forma não posso deixar de dar a minha opinião.
Nos dias de hoje verifica-se que os guardiões das redes, praticamente, não saem da baliza, lutando pela bola lá nas alturas.
Ainda ontem, Ankifeev, sofreu um golo de cabeça dentro da pequena área, estando colocado à linha fatal.
Penso que se trata de uma escola, principalmente europeia, onde os números um se mantêm mais agarrados aos postes.
Longe vão os tempos dos estilos mais temerários de um Vítor Damas ou de um Manuel Bento, só para referir dois dos que me recordo melhor.
Para exemplificar a forma como eles lutavam nas alturas, lembro-me de um jogo que assisti no antigo Estádio da Luz.
Portugal defrontava a Escócia e vencíamos ao intervalo por 1-0.
Na segunda parte, eu estava por detrás da baliza guardada pelo Bento.
Os britânicos cedo começaram a bombear bolas para dentro da área. Aí apareceu o pequeno guarda-redes português. Tudo servia para chegar ao primeiro andar, até amarinhar pelas costas dos colegas para chegar à bola. De vez em quanto, até um soco meio na bola, meio na cabeça de alguém, adversário ou colega de equipa.
Ganhámos por 1-0.
Outros tempos.
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