Curiosa a relação que se cria entre as pessoas que viajam no mesmo meio de transporte, dias seguidos, sem se conhecerem de lado nenhum.
Já sabemos em que estação entram, para onde vão ou se continuam para lá do nosso destino.
Todo este cerimonial efectua-se em silêncio. Por vezes, se há alguma troca de palavras, curta, descobrimos que afinal aquele senhor não é português e a senhora que se costuma sentar à nossa frente é brasileira.
Um dia destes, umas das habituais clientes da CP, que entra na Bobadela, chorava, perante o olhar dos restantes companheiros de carruagem.
Nem mesmo assim o mutismo se quebrou.
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