Comecei a semana a ser mordida por um cão, que é sempre uma maneira diferente de se iniciar uma semana. Não recomendo a ninguém, pois não é muito saudável para os nervos, mas é sempre mais uma aventura que fica.
Hoje termina o curso de formação de formadores. Nestes 40 dias conheci 12 pessoas excelentes que vão ficar na minha memória para sempre. Terminamos o nosso convívio matinal com um almoço, com a promessa de ser o primeiro de muitos.
Mas, como não podia deixar de ser, a minha querida amiga Mónica, numa das pesquisas para o seu trabalho final, encontrou outro poema sobre a matemática do amor que mais uma vez partilho com todos dos leitores do blogue do Tio Jorge, sem dúvida aconchegante para o espírito e para a alma.
"Às folhas tantas do livro de matemática, um quociente apaixonou-se um dia doidamente por uma incógnita...
Olhou-a com seu olhar inumerável e viu-a, do ápice à base. Uma figura ímpar olhos rombóides, boca trapezóide, corpo ortogonal, seios esferóides.
Fez da sua uma vida paralela à dela até que se encontraram no infinito.
"Quem és tu?" – indagou ele com ânsia radical.
"Eu sou a soma dos quadrados dos catetos, mas pode me chamar de hipotenusa". E de falarem descobriram que eram o que, em aritmética, corresponde a almas irmãs, primos entre si.
E assim se amaram ao quadrado da velocidade da luz numa sexta potenciação traçando ao sabor do momento e da paixão rectas, curvas, círculos e linhas sinodais.
Nos jardins da quarta dimensão, escandalizaram os ortodoxos das fórmulas euclidianas e os exegetas do universo finito.
Romperam convenções Newtonianas e Pitagóricas e, enfim, resolveram se casar, constituir um lar mais que um lar, uma perpendicular. Convidaram os padrinhos: o poliedro e a bissectriz, e fizeram os planos, equações e diagramas para o futuro, sonhando com uma felicidade integral e diferencial.
E se casaram e tiveram uma secante e três cones muito engraçadinhos e foram felizes até aquele dia em que tudo, afinal, vira monotonia.
Foi então que surgiu o máximo divisor comum, frequentador de círculos concêntricos viciosos, ofereceu-lhe, a ela, uma grandeza absoluta e reduziu-a a um denominador comum. Ele, quociente percebeu que com ela não formava mais um todo, uma unidade.
Era o triângulo tanto chamado amoroso desse problema, ele era a fracção mais ordinária.
Mas foi então que Einstein descobriu a relatividade e tudo que era espúrio passou a ser moralidade, como, aliás, em qualquer Sociedade ..."
Millor Fernandes
Um excelente fim-de-semana para todos.
Cláudia Paulino
1 comentário:
para ti tb minha linda ;)
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