Dois pormenores.
Raramente publico escritos de outros retirados de blogues.
Sou leitor habitual do Corpo Dormente do Bruno Nogueira.
Depois das explicações, um post bem divertido retirado do referido sítio.
Hoje voltei a ter carro.
No dia trinta e um de dezembro espetei-me, à campeão, na traseira de um carro.
Não foi só espetar-me. Foi como se o meu carro quisesse entrar pelo outro, à força.
Partir o vidro e sentar-se no banco traseiro, à patrão.
Aparte: Foi à tarde, para não começarem já a pensar que sou um bêbado inconsciente que vai conduzir embriagado.
Ou melhor, sou.
Mas não foi o caso nesse dia.
Voltando à história: esbardalhei-me contra num carro, o que é logo uma boa maneira de acabar o ano.
Ou isso, ou espetar uma lapiseira na menina do olho.
Quando reparei no carro em que tinha batido, apercebi-me que era um carro daqueles que tomamos consciência que a brincadeira vai sair cara.
Porsche Panamera.
Pois claro, ia lá agora espetar-me contra uma Ape 50 da Piaggio.
Não senhor, se é para fazer as coisas, que seja com muita dignidade.
E assim foi.
Sai o condutor do carro. Vem ter comigo e diz o seguinte:
"Epá, oh Bruno, que chatice, eu ainda por cima gosto tanto de ti".
E eu "Desculpa lá, claro que fui culpado, isso nem há discussão".
Ele: "Não te preocupes com isso, ficas com o meu contacto e depois combinamos para assinar a declaração amigável, que aqui as pessoas ficam todas a olhar, e reconhecem-te a ti e a mim".
Pausa.
Eu: "Ok, então dá-me lá o teu contacto, se fazes favor".
Trocámos contactos.
Como eu ia ter com o Eduardo Madeira, pedi-lhe para ele me ir buscar, porque o meu carro ia ser rebocado para o oficina, tal era o estado do bichinho.
Já no carro do Eduardo: "epá, aconteceu uma coisa muita estranha. A pessoa em quem eu bati devia estar a gozar comigo, porque disse para tratarmos de tudo depois para as pessoas não ficarem ali a reconhecer-nos aos dois".
Eduardo: "Mas quem era?"
Eu: "Eu sei lá, era um Carlos que mora aqui na zona e tem um Porsche Panamera.
Eduardo: "Oh, então tu foste bater no Carlos Martins?!"
Eu: "Exacto, é o nome dele. O que é que ele faz?"
Eduardo: "Bruno, é jogador do Benfica".
Pausa.
Resumindo, eu tenho a cultura futebolística de uma garoupa.
E mesmo assim acho que a garoupa era menina para dizer "ei, olha quem é ele, o gajo do Benfica".
Isto tudo debaixo de água, portanto também não se ia perceber grande coisa.
Hoje voltei a ter carro. Um mês depois ficou pronto.
Está como novo, mas cheio de si.
Não esquecer que ele foi ao Panamera do Carlos Martins.
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