Onda de roubos de cornos de rinoceronte na Europa
Um grupo de criminosos de origem irlandesa, com passado de violência, intimidação, tráfico de droga, contrabando e lavagem de dinheiro, será o responsável pela onda de roubos de cornos de rinoceronte por toda a Europa, incluindo Portugal. Os ladrões respondem à procura no mercado asiático por corno de rinoceronte em pó, usado na medicina tradicional chinesa.
De acordo com o Daily Telegraph, o último roubo ocorreu no Museu de Ipswich, Reino Unido. Mas, antes disso, foram roubadas as colecções de cornos de rinoceronte de uma empresa de leilões de arte de Stansted Mountfitchet, Essex, em Fevereiro, e do Educational Museum de Haslemere, Surrey, em Maio. No mês passado, o grupo atacou o Museu de Liège, na Bélgica, e há três semanas os criminosos visaram o Instituto Real Belga para as Ciências Naturais, em Bruxelas, tendo levado mesmo a cabeça de um rinoceronte negro datada de 1827.
De acordo com a Polícia Metropolitana, citada pelo Daily Telegraph, houve 20 roubos na Europa nos últimos seis meses: Portugal, França, Alemanha, República Checa, Suécia, Bélgica e Reino Unido. A Europol identificou um gangue de origem irlandesa como o responsável pelos roubos e aconselhou os museus a retirarem as suas colecções de cornos das zonas de exposições ao público. Dois museus londrinos substituíram as suas colecções por réplicas.
"Há um mercado estranho e lucrativo na medicina chinesa. Eles [os ladrões] descobriram que este produto atrai um tipo particular de clientes 'premium' em algumas comunidades asiáticas", explicou Patric Byrne, chefe da unidade da Europol de combate às redes de crime organizado. Na medicina tradicional chinesa, o pó de corno de rinoceronte é usado como medicamento para quase tudo, desde febre e dores de cabeça até cancros. A sua procura é de tal forma elevada que chega a custar 60 mil libras (68.887 euros) o quilo de pó, duas vezes o valor do ouro, diz o Daily Telegraph. A cabeça de rinoceronte roubada em Bruxelas estava avaliada em 50 mil libras (57.406 euros), como artefacto, mas no mercado negro pode chegar às 200 mil libras (229.624 euros).
in DN
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