segunda-feira, 14 de julho de 2014

Boa Noite

Depois de um grande etapa - ontem - de Tiago Machado, hoje chegou a tristeza, antes do primeiro dia de descanso.
Uma queda atirou-o quase para fora da corrida e um trambolhão na geral.
Infelicidade também para Alberto Contador (Tinkoff) que caiu, fraturou a tíbia e viu-lhe fugir a hipótese de vencer o Tour.
Com os dois principais candidatos fora de prova, Vincenzo Nibali (Astana) tem a porta escancarada para a vitória.
Hoje venceu a etapa e recuperou a amarela.
Mas as notícias do lado português não foram todas más, com Rui Costa a subir dois lugares.
O Tour dos portugueses: 9º Rui Costa (Lampre) a 3'58''; 47º Tiago Machado (NetApp) a 44'12''; 73º Nélson Oliveira (Lampre) a 1h01''46''; 125º Sérgio Paulinho (Tinkoff) a 1h25'07''; 148º José Mendes (NetApp) a 1h41'15''. 

Apesar da derrota de ontem na final em Bastad - frente a Pablo Cuevas - João Sousa atingiu a melhor classificação de sempre de um português no ranking ATP, chegando ao 35º lugar.

Conforme prometido aqui está o balanço do Mundial feito pelo Tio Jorge, no formato A a Z.

Alemanha – Quando dias antes do início do Mundial me perguntaram qual era o meu palpite para o vencedor, apontei a mannschaft, não por ser aquela que eu mais gostasse, mas porque – pondo o coração de parte - me parecia a mais apetrechada.
Foi a campeã do Mundo pela quarta vez com inteira justiça, conseguido o que nenhuma seleção europeia tinha feito até ontem.
Vencer em território americano!

Brazuca - Foi a bola do Mundial, e contrariamente a outras irmãs suas, não mereceu críticas dos guarda-redes.
Mas lá que ela faz uns efeitos esquisitos, lá isso é verdade!

Cristiano Ronaldo – O Melhor do Mundo ficou aquém das espetativas?
Verdade!
Disse que este era o nosso Ano e o seu contrário dias depois?
Verdade!
Todos temos a noção que não estava nas melhores condições físicas, mas quis dar o seu contributo.
Se no jogo com o Gana tivesse marcado os golos suficientes para o apuramento, alguém o estava a esta hora a criticar?
Somos portugueses, amigos!

Dentada – Uma ideia inicial. Não sou fã do Suárez, mas reconheço que é um excelente jogador.
Sou daqueles que tenho dúvidas que tenha mordido no Chiellini – se há jogador que merece uma trinca é ele – mas que o uruguaio tem um desequilíbrio emocional, não tenho dúvidas.
Devia jogar sempre com um açaime!

Euros – Na nossa moeda foram 2,2 milhões de euros.
Três milhões de dólares que chegaram para sossegar os jogadores do Gana, antes do jogo com Portugal.
Até lhes deram beijinhos.
Nas notas, claro!

Faryd Mondragón – O keeper colombiano passou a ser o jogador mais velho a jogar num Mundial, depois de ter jogado no Brasil com 43 anos e três dias, destronando o camaronês Roger Milla que fez o jeito ao pé no Mundial de 1994 - nos Estados Unidos – com 42 anos, um mês e oito dias.
Por falar em guarda-redes, eles tiveram em grande destaque na prova.
Parece um paradoxo, mas numa prova que teve tantos golos, em muitos jogos foram eles que mais se destacaram, como por exemplo Keylor Navas (Costa Rica), Cláudio Bravo (Chile), David Ospina (Colômbia), Tim Howard (Estados Unidos), Guillermo Ochoa (México), Thibault Courtois (Bélgica), Hugo Lloris (França), Diego Benaglio (Suiça) ou Rais M´Bolhi (Argélia), mas para mim o melhor foi o germânico Manuel Neuer.
Enorme na baliza, muito bem a jogar fora de área e com uma eficiência tremenda, tornou fácil a arte de bem defender.

Golos – Foram muitos durante toda a competição, igualando o número (171) conseguido no França’1998, muito contribuindo os oito golos (1-7) na goleada história ocorrida nas meias-finais entre o Brasil e a Alemanha. 
Como nestas alturas todos querem eleger o melhor golo, mais difícil se torna fruto da quantidade, mas também da qualidade de muitos deles.
Depois de uma pequena hesitação, escolho o primeiro golo da Austrália frente à Holanda – na fase de grupos - da autoria de Tim Cahill.

Herrera - A seleção mexicana tinha dois.
Um que alinha no FC Porto – onde pouco jogou – sendo um dos melhores da sua seleção - e outro que é o treinador.
Miguel Herrera – que tem a alcunha do piolho – é um espetáculo no banco.
Levou o América a campeão mexicano, sendo chamado para conduzir a seleção azeteca ao Brasil.
Criticou Pedro Proença na hora da eliminação, mas o penalty decisivo demorou mais de uma hora.

Indi – É habitual dizermos que há portugueses um pouco por todo o lado.
Neste Mundial tivemos um internacional holandês que nasceu no Barreiro há 22 anos.
Diz-se que pode rumar a Portugal, mas o mais curioso é a diferença entre o seu nome desportivo e o registado.
Filho de mãe portuguesa e pai guineense, chama-se Rolando Maximiliano Martins Indi.
Para os fãs da bola, my name is Indi.
Bruno Martins Indi!

James Rodriguez – Não é normal o melhor jogador não ser da seleção vencedora, mas em minha opinião este colombiano foi o jogador em destaque neste Mundial.
Além de ter sido o melhor marcador – apesar de a sua seleção ter caído nos quartos – produziu futebol de enorme qualidade, mantendo sempre um nível elevado, sendo um dos principais responsáveis pela excelente campanha dos cafetones.
Para mim El Bandido foi o melhor!

Klose – Outro record batido no Brasil foi o de mais golos marcados em fases finais de Mundiais por um jogador.
O avançado germânico de 36 anos chegou aos 16 golos – ultrapassando o brasileiro Ronaldo, que tinha 15 – sendo que marcou cinco em 2002 e 2006, quatro em 2010 e mais dois este ano.
Fabuloso!

Lesões - Fazem parte do jogo, mas as que existiram – por entradas duras – deixaram marcas.
Neymar é o caso mais mediático, mas a entrada do francês Matuidi sobre o nigeriano Onazi - que lhe provocou fratura de tíbia e perónio – mostra como as arbitragens foram muitas condescendentes.
O suíço Massimo Buscacca – responsável máximo da arbitragem na FIFA – já veio desmentir que os árbitros tivessem qualquer indicação para serem brandos.
Mas para quem – como eu – viu quase todos os jogos, seguindo as regras do jogo, ficaram dezenas de cartões amarelos e alguns vermelhos por mostrar.
Se nos lembrarmos da expulsão de Pepe, seguindo o mesmo rigor, muitos jogos não terminariam onze contra onze, o que raramente aconteceu.
Num balanço rápido, quase sempre bem os árbitros auxiliares, mas muitos maus – disciplinarmente – a maioria dos homens do apito.
Como confirmou Rizzoli na final de ontem!

Messi – O pequeno génio esteve a anos-luz do que pode fazer.
É certo que a Argentina chegou à final, mas muito fruto do seu coletivo e de uma enorme segurança defensiva, onde se destacaram Romero, Garay e Mascherano.   
O jogador do Barcelona ainda tentou ontem dar um ar da sua graça, mas este não era o seu Mundial.
Escandalosamente, a FIFA elegeu-o como o melhor jogador da prova!
Como é possível?

Neymar – Estava a ser um dos melhores jogadores da prova – senão o melhor – quando o colombiano Zuñiga se atravessou no seu caminho com uma entrada, no mínimo, imprudente.
Este podia ser o seu Mundial, mas como é muito jovem – 22 anos - outras oportunidades surgirão certamente.
Sim, porque o azar não está sempre num joelho colombiano.

Operação Jules Rimet – Parece que andou uma rapaziada a fazer candonga de bilhetes, mas à grande.
Segundo rezam as crónicas o cabecilha da organização era um inglês, diretor executivo de uma empresa – a Match Services - que tem um contrato de serviços com a FIFA, sendo que os lucros da marosca são na ordem 70 milhões de euros.
A curiosidade é que esta empresa, pertencente a uma família mexicana, tem outra ramificação – a Match Hospitality – que tem como sócio minoritário Philippe Blater.
Diz-lhe alguma coisa o apelido?
O senhor é sobrinho do presidente da FIFA, mas dizem que não está envolvido neste esquema.
Deve ser só uma mera coincidência!

Paulo Bento – Tenho esta convicção!
Todos os selecionadores de equipas nacionais são teimosos.
O português não foge à regra, só que desta vez as coisas correram mal.
Nunca vai ser diferente, por isso acho que o Paulo deve continuar, até porque outro qualquer – lembrem-se de Scolari – não seria muito diferente.
Não nos podemos esquecer de repente das coisas boas para o qual contribuiu.

Que miséria! – Esta foi uma das expressões mais usadas pelos fãs da equipa das quinas enquanto assistiam às exibições da equipa de todos nós.
Uma das poucas que se podem reproduzir!

Robben – O holandês esteve em grande plano ficando na galeria dos melhores jogadores do torneio.
A lotaria dos penalties enviou a laranja mecânica para casa mais cedo – mereciam a final – e impossibilitou-o de se tornar no jogador do Mundial.

Sabella – Um treinador medroso – e pouco mais que medíocre - que só com muita sorte e talento de alguns dos seus jogadores conseguiu chegar à final.
Vai sair da seleção e os que gostam de bom futebol agradecem!

Treze horas – Do lado do espetador – principalmente do europeu – é uma maravilha.
Mas à uma da tarde, com temperaturas sempre perto ou acima dos 30 graus, é desumano.
A FIFA pensa em tudo menos nos atletas, exigindo grandes espetáculos, sem lhes proporcionar as condições para tal.
Agora que o Qatar de aproxima, espero que estes Velhos do Restelo tenham aprendido alguma coisa.
Ouviste Blater?
Ouviste Platini?

Uruguai – Depois de ter caído apenas nas meias em 2010 – batida pela Holanda – e vencido a Copa América no ano seguinte, todos aguardavam mais da Celeste, mas o espírito canino de Suárez também não ajudou.   

Vexame – Os brasileiros estão destroçados, sendo que este adjetivo é um dos muitos que se podem aplicar à derrota humilhante sofrida no Mineirão.
Vá lá que a coisa ainda podia ter sido mais dolorosa se os argentinos se sagrassem campeões em pleno Maracanã!
Todos atacaram Scolari!
O sargentão não é nem melhor, nem pior de que a esmagadora maioria dos treinadores de seleção.
Aliás, acho-o muito parecido com o Paulo Bento, teimoso que nem uma mula!
Só não percebo porque não se demitiu imediatamente após a prestação vergonhosa da canarinha.

William Carvalho – Para mim o maior erro de Paulo Bento.
Pelo que mostrou, sempre que foi chamado, era um dos jogadores em melhor forma, mas a sua titularidade obrigava a deixar no banco um dos indefetíveis do selecionador nacional.
Teimoso!

Xherdan Shaqiri – Este suíço de nome arrevesado – que até deu jeito para aqui – foi o motor da equipa helvética, contribuindo para a chegada aos oitavos, onde apenas caiu nos últimos segundos do prolongamento.
Uma curiosidade.
Nasceu no mesmo dia da Cláudia.

Yaya Toure – Foi o capitão da Costa do Marfim – com Drogba no banco – uma das seleções que desiludiram neste Mundial.
O médio do Manchester City bem tentou empurrar a equipa, mas este não era o ano dos elefantes.  
Zero – Foram os pontos que conquistaram Austrália, Camarões e Honduras na fase de grupos.
Surpresa só talvez os africanos.

Hora de começar a pensar no Rússia’2018.

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