Normalmente, são os professores que mais nos marcam, numa qualquer fase do ensino.
Rodrigo Cunha – deu-me Escrita Criativa e tentou dar Semiologia, na UnI – é um daqueles a que nós apelidamos de cromo.
Enorme cultura, doutorado em Filosofia, sempre achei que estava ali a fazer um frete.
Recordo a primeira aula. Calmo e vagaroso no falar, grandes silêncios observatórios, perguntando a cada de nós o nosso nome e se sabíamos a origem dele. Perante a nossa negativa, lá explicava como ele tinha surgido.
Tudo correu bem até chegar ao Shaid. Bem... ele até avisou que se calhar ele não sabia aquele. E não sabia.
Depois frases como «o ócio», «o monte das oliveiras» ou «Platão, homem alto e espadaúdo», vão ficar para sempre na minha memória.
Não quero perder a oportunidade para contar uma história relativa a uma frequência com este prof.
Nas vésperas, ele disse que a prova seria uma dissertação sobre um tema à nossa escolha. Claro que houve logo alguns colegas, bem mais espertos, que se muniram de folhas de teste, açambarcadas numa situação anterior, que vieram já preparadas de casa, com o trabalhinho adiantado.
Na hora, no seu estilo peculiar, escreveu duas frases no quadro e disse «estes são os temas». Pânico num sector da sala. «Então não era tema livre?».
Rodrigo Cunha hesitou, mas disse que, «ok, além daqueles dois, podia ser outro qualquer». Suspiros de alívio lá mais ao fundo.
Todos fizeram a disciplina, claro.
Para a semana há mais.
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