Ninguém tem dúvidas do que os jornalistas escrevem e dizem influencia a opinião pública.
Quantos vezes não ouvimos a expressão “eu ouvi na televisão” , como sendo sinónimo de uma verdade absoluta.
Eu que sou, como costumo dizer, uma espécie de jornalista, sou dos que defendem esta classe, mas entristece-me quando a opinião resvala para o lado do ataque pessoal, principalmente quando vem de alguém que me habituei a apreciar, caso de Vítor Serpa, diretor do jornal A Bola.
O que tem escrito nos últimos tempos sobre Rui Vitória - aliás, como quase todos naquele jornal - tem sido uma verdadeira campanha para que ele seja despedido, ao nível do que tem feito muitos benfiquistas.
Mas eles podem, Serpa é que não!
Curiosamente são os mesmos jornalistas que criticam os presidentes quando estes usam o chicote do despedimento.
Na véspera do jogo com o Braga escreveu “Calculo que para o jogo de hoje, independentemente da qualidade da exibição, Rui Vitória assinasse já por baixa da proposta de qualquer resultado mínimo, mas que significasse o sucesso dos tais três pontinhos” e “Enquanto Keizer e Conceição discutem se a nota artística ... fica melhor com ... 1-0 ou 4-3, Vitória contenta-se com a teoria dos três pontinhos e acha que ganhar por um é uma goleada”.
Sempre defendi que os jornalistas podem e devem opinar sobre as opções dos treinadores, mas não podem deduzir pensamentos que eles nunca proferiram.
Quando se querem substituir aos próprios, armando-se também eles em treinadores de bancada, acabam, invariavelmente, por escrever muitos disparates.
Senhor Vítor Serpa, talvez seja a altura de meter a viola no saco e escrever os seus editoriais sobre outros assuntos, por exemplo na vergonha que se passa no seu Belenenses.
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