segunda-feira, 4 de março de 2019

Um olhar alentejano

Toda a gente - os que já tiveram essa maravilhosa experiência - sabe que os filhos dão muito trabalho a criar e a educar.
E os de quatro patas não ficam atrás.
O primeiro a chegar foi o Pablo, um basset hound com umas grandes orelhas e com um enorme gosto por dormir.
Chegou no inverno e cedo a Princesa lhe arranjou um cobertor "porque ele tinha frio".
Eu disse-lhe que não era preciso, mas ela insistiu.
O tempo foi passando e - como dorme no nosso quarto - ele começou a acordar-nos de noite para o taparmos, duas ou três vezes, dependia se ele se mexia mais ou menos.
Depois chegou o Pizzi, quase quatro anos mais tarde, apanhado na rua.
Um rafeiro medroso, que também chegou na época do frio e logo ganhou um cobertor, com direito a dormir ao pé do mano.
Ainda no outro dia comentava que ainda bem que ele não tinha o hábito do irmão mais velho.
Destapava-se de noite, mas não chateava ninguém.
Porque é que eu não estive calado?
Há dias que o panorama se alterou.
O Pizzi já ultrapassou o Pablo no ranking para ver quem pede para se tapar mais vezes durante a noite.
Será que ainda falta muito para guardarmos os cobertores?

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