quarta-feira, 29 de maio de 2019

Um olhar alentejano

Como era previsível, batemos o recorde da abstenção em eleições em Portugal, perto dos 70%.
Algumas vozes ainda tentaram relativizar esta hecatombe, dizendo que houve cinco países piores que nós.
Com o mal dos outros podemos nós bem, lá diz o povo.
No rescaldo das eleições ouvimos sempre a mesma lenga, lenga, que temos que olhar para estes números, que é preciso fazer alguma coisa, mas fica sempre tudo na mesma.
Ouvimos parvoíces tão grandes como Nuno Melo, candidato do CDS, que disse que o tempo estava mau para eleições, referindo-se à possibilidade das pessoas irem para a praia e não votarem.
Há sempre uma desculpa, pois se tivesse a chover, era esse o motivo, um pouco como os acidentes de automóveis, cuja causa é sempre o mau tempo.
Além do voto eletrónico que poderá ajudar, penso que se deve pensar, seriamente, no voto obrigatório.
Como parece que só com conversa não vamos lá, penalizando a abstenção seria uma forma de diminuir este flagelo.
Mas será que os partidos, que são habitualmente os mais votados, estarão mesmo interessados em que todos vão votar?
Eu tenho sérias dúvidas!

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