Heloísa é candidata onde a CDU não elege desde 1985. Há mais três deputados em risco
Dirigente
de Os Verdes é cabeça-de-lista em Leiria, onde o último deputado eleito
pela coligação foi em 1985. Miguel Tiago regressa às listas com missão
praticamente impossível em Viseu. Como são as de Rita Rato e Jorge
Machado.
Depois de completar sete legislaturas seguidas, Heloísa Apolónia arrisca-se a ficar fora do Parlamento, depois de a CDU a ter indicado como cabeça-de-lista para o distrito de Leiria onde a coligação de comunistas e ecologistas não elegeu nenhum deputado neste século - e o último foi eleito em 1985, há 34 anos, quando PCP e PEV se candidatavam coligados com o MDP sob o nome APU (Aliança Povo Unido). A lista dos números 1 da CDU por distritos foi revelada na noite de quarta-feira.
Segundo explicou fonte do partido ao DN trata-se de retomar uma "grande aposta" num distrito com tradições ambientalistas, onde nos anos 1980 nasceram movimentos antinucleares e ecologistas, nomeadamente na freguesia de Ferrel, em Peniche, que foi palco da primeira manifestação contra a instalação de uma central nuclear em Portugal. É deste movimento que se forja o Partido Ecologista "Os Verdes", formalizado em 1982 (então com o nome Movimento Ecologista Português - Partido "Os Verdes").
Heloísa Apolónia, 50 anos, completados no dia do anúncio desta candidatura, foi eleita deputada por Setúbal, é do Barreiro, e nas eleições autárquicas de 2017 foi candidata à Câmara de Oeiras. Na altura, sublinhava (em entrevista ao DN) "uma grande ligação aos distritos de Setúbal e de Lisboa", pela sua "vida pessoal e política". E contextualizava: "Até aos 26 anos vivi ligada a três concelhos em particular - Barreiro, Moita e Montijo. Quando vim, aos 26 anos, para a margem Norte, mantive uma ligação muito estreita também com três concelhos - Lisboa, Amadora e Oeiras. Portanto, Oeiras é um espaço para mim muito familiar."
Já Miguel Tiago será candidato por Viseu, naquela que é uma missão praticamente impossível: o PCP (nas suas mais variadas coligações) nunca elegeu um parlamentar por este distrito.
O ex-deputado, de 39 anos, que tinha sido eleito por Lisboa na atual legislatura, deixou o Parlamento em setembro de 2018, desiludido e muito crítico da instituição. "Julgo que o Parlamento não representa o país tal como o conhecemos. As pessoas expressam aquela opinião no voto, não retiro nenhuma legitimidade, mas o sistema eleitoral e o sistema democrático em que supostamente vivemos têm muitas insuficiências", justificava-se numa entrevista ao jornal Público, em agosto de 2018.
Estes dois nomes somam-se a outros dois atuais deputados que podem também ficar de fora: Jorge Machado, que deixa o Porto e é agora número 1 em Viana do Castelo, onde a CDU nunca elegeu um deputado desde 1975; e Rita Rato, que encabeça a lista do círculo da Europa, que na democracia só teve deputados eleitos pelo PSD e PS.
Outro deputado que deixa o Parlamento é Paulo Sá, que foi eleito há quatro anos por Faro e regressa agora à vida académica. Foi o próprio que o explicou na sua página do Facebook, ao partilhar uma foto com Tiago Raposo, que será o primeiro candidato da CDU pelo distrito nas eleições legislativas. "É com grande honra que serei o mandatário desta candidatura. Depois das eleições, após oito anos do exercício das funções de deputado do PCP na Assembleia da República, regressarei à vida académica na Universidade do Algarve", escreve Paulo Sá.
A coligação que une comunistas e ecologistas anunciou na quarta-feira à noite a lista dos seus cabeças-de-lista, mantendo alguns rostos mais conhecidos: João Oliveira encabeça Évora, Francisco Lopes repete Setúbal, Carla Cruz volta a liderar em Braga e António Filipe, que está há nove legislaturas na Assembleia da República, volta a ser candidato pelo círculo de Santarém. O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, será o número 1 de Lisboa.
No Porto, no lugar de Jorge Machado, avança a atual deputada Diana Ferreira. Psicóloga, de 38 anos, Diana tinha sido a segunda na lista portuense em 2015 e era a quinta dos comunistas nas eleições europeias de maio. Em Beja, o número 1 será João Dias, que substituiu João Ramos, em março de 2018. Para Aveiro avança o ex-eurodeputado Miguel Viegas. Manuel Pires da Rocha será o candidato em Coimbra.
Em círculos eleitorais onde dificilmente a CDU elege representantes, a coligação apresenta António Almeida nos Açores, Fátima Bento por Bragança, Ana Leitão em Castelo Branco, André Santos na Guarda, Herlanda Amado pela Madeira, Manuela Cunha (dos "Verdes") em Portalegre, Manuel Cunha em Vila Real, e Dulce Kurtenbach, no círculo de Fora da Europa.
in DN
Depois de completar sete legislaturas seguidas, Heloísa Apolónia arrisca-se a ficar fora do Parlamento, depois de a CDU a ter indicado como cabeça-de-lista para o distrito de Leiria onde a coligação de comunistas e ecologistas não elegeu nenhum deputado neste século - e o último foi eleito em 1985, há 34 anos, quando PCP e PEV se candidatavam coligados com o MDP sob o nome APU (Aliança Povo Unido). A lista dos números 1 da CDU por distritos foi revelada na noite de quarta-feira.
Segundo explicou fonte do partido ao DN trata-se de retomar uma "grande aposta" num distrito com tradições ambientalistas, onde nos anos 1980 nasceram movimentos antinucleares e ecologistas, nomeadamente na freguesia de Ferrel, em Peniche, que foi palco da primeira manifestação contra a instalação de uma central nuclear em Portugal. É deste movimento que se forja o Partido Ecologista "Os Verdes", formalizado em 1982 (então com o nome Movimento Ecologista Português - Partido "Os Verdes").
Heloísa Apolónia, 50 anos, completados no dia do anúncio desta candidatura, foi eleita deputada por Setúbal, é do Barreiro, e nas eleições autárquicas de 2017 foi candidata à Câmara de Oeiras. Na altura, sublinhava (em entrevista ao DN) "uma grande ligação aos distritos de Setúbal e de Lisboa", pela sua "vida pessoal e política". E contextualizava: "Até aos 26 anos vivi ligada a três concelhos em particular - Barreiro, Moita e Montijo. Quando vim, aos 26 anos, para a margem Norte, mantive uma ligação muito estreita também com três concelhos - Lisboa, Amadora e Oeiras. Portanto, Oeiras é um espaço para mim muito familiar."
Já Miguel Tiago será candidato por Viseu, naquela que é uma missão praticamente impossível: o PCP (nas suas mais variadas coligações) nunca elegeu um parlamentar por este distrito.
O ex-deputado, de 39 anos, que tinha sido eleito por Lisboa na atual legislatura, deixou o Parlamento em setembro de 2018, desiludido e muito crítico da instituição. "Julgo que o Parlamento não representa o país tal como o conhecemos. As pessoas expressam aquela opinião no voto, não retiro nenhuma legitimidade, mas o sistema eleitoral e o sistema democrático em que supostamente vivemos têm muitas insuficiências", justificava-se numa entrevista ao jornal Público, em agosto de 2018.
Estes dois nomes somam-se a outros dois atuais deputados que podem também ficar de fora: Jorge Machado, que deixa o Porto e é agora número 1 em Viana do Castelo, onde a CDU nunca elegeu um deputado desde 1975; e Rita Rato, que encabeça a lista do círculo da Europa, que na democracia só teve deputados eleitos pelo PSD e PS.
Outro deputado que deixa o Parlamento é Paulo Sá, que foi eleito há quatro anos por Faro e regressa agora à vida académica. Foi o próprio que o explicou na sua página do Facebook, ao partilhar uma foto com Tiago Raposo, que será o primeiro candidato da CDU pelo distrito nas eleições legislativas. "É com grande honra que serei o mandatário desta candidatura. Depois das eleições, após oito anos do exercício das funções de deputado do PCP na Assembleia da República, regressarei à vida académica na Universidade do Algarve", escreve Paulo Sá.
A coligação que une comunistas e ecologistas anunciou na quarta-feira à noite a lista dos seus cabeças-de-lista, mantendo alguns rostos mais conhecidos: João Oliveira encabeça Évora, Francisco Lopes repete Setúbal, Carla Cruz volta a liderar em Braga e António Filipe, que está há nove legislaturas na Assembleia da República, volta a ser candidato pelo círculo de Santarém. O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, será o número 1 de Lisboa.
No Porto, no lugar de Jorge Machado, avança a atual deputada Diana Ferreira. Psicóloga, de 38 anos, Diana tinha sido a segunda na lista portuense em 2015 e era a quinta dos comunistas nas eleições europeias de maio. Em Beja, o número 1 será João Dias, que substituiu João Ramos, em março de 2018. Para Aveiro avança o ex-eurodeputado Miguel Viegas. Manuel Pires da Rocha será o candidato em Coimbra.
Em círculos eleitorais onde dificilmente a CDU elege representantes, a coligação apresenta António Almeida nos Açores, Fátima Bento por Bragança, Ana Leitão em Castelo Branco, André Santos na Guarda, Herlanda Amado pela Madeira, Manuela Cunha (dos "Verdes") em Portalegre, Manuel Cunha em Vila Real, e Dulce Kurtenbach, no círculo de Fora da Europa.
in DN
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