sábado, 17 de setembro de 2022

Crónicas do Bom Malandro

Ano Novo

 

Senti um friozinho na barriga!

Até parecia que era a primeira vez.

Em novembro de 2020 nasceu este espaço, ou seja, vamos para a terceira temporada.

Enquanto a chuva bate com força nos vidros do alpendre, vou preparando a nossa primeira reunião da temporada, antecipada para meio da semana por uma questão de agenda dos quatro, nomeadamente da escolar de cada um deles.

Pouco tempo depois eles aterraram em Oriola.

“Boa tarde Tio, já tínhamos saudades tuas”, gritava a RODINHAS, enquanto me embrulhava num forte abraço.

“Ganda Tio, estás ótimo”, afirmou o OLHA.

“Tio Jorge, bolas, está cá com um bronze”, brincou o ALÉU.

“Boa tarde juventude. Também já tinhas saudades vossas. Quanto ao moreno foi mesmo adquirido no acompanhamento da Volta a Portugal, pois já sabem que eu não gosto de praia”.

“Tio, o que passou contigo para teres ido duas vezes ao Hospital?”, perguntou o OLHA.

Uma forte dor abdominal, já fiz umas ecografias, análises, mas ainda não descobriram a sua origem”, conclui.

“Eu acho que eram saudades nossas e do hóquei”, brincou a RODINHAS.

“Sim, se calhar foi isso, mas felizmente agora estou melhor”.

“Então como correu a Volta?”, quis saber o ALÉU.

“Teve tanto de excelente, como de cansativo. Muitos quilómetros ao volante, muitas camas diferentes e muito leitão que comi”.

“Tio, eu também gosto tanto do porquinho pequenino, com a pele a estalar... hum, até estou a salivar”, riu-se muito OLHA.

“Eu adoro. Bem, vamos lá alinhar o nosso trabalho. Ainda não temos muitos jogos e vocês já sabem como isto funciona. Se for preciso eu dou uma ajuda, mas a ideia é serem vocês a escolher de que jogos querem falar”.

“Combinado Tio!”, confirmaram os três, com uma enorme gritaria.

“Acalmem-se lá. Nos próximos tempos vamos fazer as nossas reuniões à distância, até porque estão num ano importante nas vossas vidas escolares. Sábado à noite voltamos a conversar. Bom regresso a casa”.

“Muito obrigado, até sábado Tio”.

Os três entraram no carro e lá fui levá-los a Vila Nova da Baronia onde apanharam o comboio para Lisboa.

 

No primeiro GPS desta nova temporada vamos até ao distrito de Leiria.

Por lá encontramos a Associação Alcobacence de Cultura e Desporto, pavilhão onde já tive a oportunidade de fazer uma maratona de televisiva, num fim de semana de hóquei de formação.

O concelho de Alcobaça perdeu 3,0% da sua população na última década, registando quase 55000 habitantes no final do último ano.

A cerca de uma hora de Lisboa, além de puder visitar o extraordinário Mosteiro local, inaugurado em 1252, pode tomar uma boa refeição no Restaurante António Padeiro.

Reserve, pois está sempre lotado.

 

Sentei-me em frente ao computador já a sol estava a dormir há muito tempo neste sábado quente em Oriola.

Liguei o portátil e fiquei à espera que eles chegassem.

Uma, duas, três, lá se foram abrindo as janelas, onde surgiram as caras larocas dos miúdos.

“Boa noite Tio”, gritaram os três em uníssono.

“Boa noite juventude. Está tudo bem?”.

“Tudo em grande”, responderam eles.

“Vamos lá dar início às nossas boas hostilidades. Quem é que quer começar?”.

“Vou ser eu”, afirmou a RODINHAS. “Eu tive muita atenta à final da Supertaça feminina que se realizou em Vila Franca de Xira. Venceu o Benfica - era a equipa favorita - que marcou seis golos com três jogadoras a bisarem, sendo que do lado do Sporting os golos foram das manas Florêncio”.

“Também estive a ver, foi um bom jogo”, afirmei eu.

“Quem é que se segue?”.

“Agora é a minha vez”, começou o OLHA. “O campeonato da 1ª divisão arrancou hoje, amanhã vamos ter um clássico, mas esta tarde tivemos um encontro entre as duas equipas que subiram este ano, vindas da Zona Norte, com o Famalicense a levar a melhor”.

“Bem, agora sou eu”, afirmou o ALÉU. “Como combinámos eu fui espreitar o campeonato espanhol, aquele onde o Barça ganha quase sempre. Por lá já se joga a 2ª jornada, o campeão em título jogou hoje de manhã, venceu pela segunda vez, com destaque para o hat-trick de Ignacio Alabart no Palau Blaugrana”.

“Sim senhor, hoje sou eu que vou encerrar o nosso trabalho. Começaram também os campeonatos em Itália e França, estão a jogar quase todos por esta hora, amanhã logo digo qualquer coisa sobre eles. Também arrancou o feminino em Espanha, podia referir aqui um resultado, mas como vamos ter um novo espaço vou reservá-lo para lá”.

“Vamos ter uma novidade?”, perguntou a RODINHAS.

“Até vamos ter duas, mas têm que esperar para saber que é. A nossa primeira jornada está terminada, amanhã de manhã voltamos a falar. Beijos e abraços”.

“Até amanhã Tio”, saudaram os três em simultâneo.

Fecharam-se as janelas da juventude e desliguei o computador.

 

Como tinha prometido no último texto da época passada, terminou o PALPITE DO TIO e chega, ao sábado, o FORA DO BANCO, que pretende conhecermos alguém que atualmente não calça os patins.

Para estrear este espaço escolhi o meu filho.

 

Nome Completo: Ricardo Jorge dos Santos Paulino

Clube atual: Sem clube

Idade: 30 anos

Local de Nascimento: Vila Franca de Xira

 

Prato preferido: Frango com molho de cenoura

Melhor cidade para viver: Amesterdão

Livro que está na mesa de cabeceira: Nenhum

O filme que já viu mais do que uma vez: Todos os filmes do Harry Potter

Jogou hóquei em patins? Se sim, em que clube(es): Sim. Alverca, Sporting, Sintra, Paço de Arcos, Alenquer, Vilafranquense e Sporting de Torres

Como/quando chegou a opção de ser treinador: Chegou assim que tive idade para poder tirar o grau I, sempre gostei de trabalhar com jovens e juntar isso ao hóquei foi excelente.

Clubes/seleções que já treinou: Alverca, Vilafranquense, Alenquer e Sporting de Torres.

Mais fácil treinar equipas da formação ou seniores: Apenas treinei formação e fiz 1 jogo numa equipa sénior, não consigo comparar ainda.

Quanto tempo demora a preparar o próximo jogo da sua equipa: Na semana anterior aos jogos.

Se pudesse, que regra alteraria no hóquei em patins: Acabava com a sinalética dos árbitros na bola parada e voltava ao apito como era antigamente.

Maior tristeza como treinador: Quando fui despedido de uma equipa após apurar a mesma para o Campeonato Nacional.

E, claro, a maior alegria: O único jogo de seniores que fiz como treinador principal, a situação da equipa não era a ideal e conseguimos ganhar esse jogo.

Para terminar, o que mais o irrita durante um jogo: Atitudes incorrectas dos adversários que prejudiquem os meus jogadores.

 

SACADA – outra novidade para esta temporada - vai lembrar o jogo que mais golos teve no dia e à hora em que escrever este texto.

Além da referência ao resultado, também quero enaltecer o guarda-redes ou os guarda-redes que mais golos sofreram, pois quase nunca têm espaço nas Crónicas.

De Itália, na Taça Continental, chegaram 11 golos entre o campeão Trissino e o Follonica, com seis golos sofridos por Leonardo Barozzi.

 

No início do campeonato feminino espanhol tivemos uma goleada do CP Manlleu sobre o Cerdanyola, sendo que o primeiro O VELHO da época vai para internacional espanhola Ona Castellvì que marcou quatro golos.

 

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