segunda-feira, 16 de setembro de 2024

Segunda-Feira, Porquê!?


Fato e Gravata, com Sapatos

 

Quando imaginei este espaço, o objetivo era libertar os meus ódios de estimação, pequenas coisas que me irritam, mais aquelas que vão surgindo no nosso dia a dia.

Esta é uma daquelas que mandei para fora de jogo, apesar, de muito pontualmente, como no casamento da Cláudia, ter que lá voltar.

Usar fato e gravata, com sapatos!

Foram muitos anos com pés apertados, calças a picarem-me nas pernas, pescoço estrangulado por um pano social.

Aquela ideia de que a credibilidade das pessoas se mede pela forma como se vestem, é uma verdadeira imbecilidade.

Um amigo que comungava desta minha visão, perguntou-me um dia: “Já vista algum vigarista tentar enganar outra pessoa sem ser vestido de fato gravata?”.

A minha saga rotineira e castigadora começou em 1990, estendeu-se durante muitos anos, sendo que aos poucos fui-me libertando de alguns apetrechos, terminando em 2015, onde só a gravata me acompanhava – porque era obrigado – com uma camisa de manga curta e uma calças informais.

Recordo-me da minha última entrada na sede da Caixa Geral de Depósitos – estava de baixa – quando fui assinar a minha liberdade, entrei de chinelos, calções e t-shirt, entrei no torniquete e segundos depois tinha dois seguranças atrás de mim.

Mostrei-lhe o cartão, eles ficaram a olhar um para o outro, talvez a pensarem porque não se vestem todos assim.

Como se um fato e gravata, com um belo sapato, fosse sinónimo de competência.

 

Para a semana há mais irritações.

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