Cidadania Irritante
Hoje o que me irrita é não perceber o que irrita Luís Montenegro.
No recente Congresso do seu partido, o primeiro-ministro (PM) apresentou sete medidas muito importantes, mas só uma vez foi aplaudido de pé por todos os congressistas.
Foi quando anunciou a possibilidade de 150 mil doentes receberem os seus medicamentos na sua farmácia de proximidade?
Não.
Foi quando afirmou que vamos ter mais polícias nas ruas e implementação de sistemas de videovigilância?
Não.
Foi quando avançou com "um acordo histórico" com Espanha, que irá garantir “caudais mínimos diários no rio Tejo, caudais ecológicos no rio Guadiana e o pagamento de água do Alqueva por agricultores espanhóis”?
Foi quando garantiu aumentar a comparticipação pública por sala de aula para garantir a universalidade do acesso ao ensino pré-escolar?
Também não.
Foi quando revelou que vai rever todos os programas, de todas as disciplinas escolares, especialmente a de Cidadania.
Mas porquê a de Cidadania?
Será porque ensinam as crianças a respeitar os outros, independentemente da nacionalidade, cor ou sexo, porque explicam que não é normal o Pai agredir a Mãe ou violar um filho, que as relações sexuais devem ser prevenidas, para não acontecer uma gravidez indesejada ou contraída uma doença?
Além da área da sexualidade, será que também irrita o PM que esta disciplina ensine normas de comportamento e boa educação em diversas áreas da nossa sociedade democrática?
O que será que mais irrita Montenegro?
Para a semana há mais irritações.
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