terça-feira, 19 de dezembro de 2006

Divisão pontual

Ora aqui está um desporto onde este problema não se põe Não há muitos anos atrás, as pontuações dos campeonatos de futebol, entregavam os pontos de forma crescente e consecutiva. Zero pontos para a derrota, um para o empate e dois para o vencedor. Aliás, foi assim, praticamente, desde o início dos pontapés na chincha.
Mas, em determinada altura, os estudiosos da matéria, tentando combater o denominado anti-jogo, resolveram alterar a forma de pontuar os resultados dos jogos de futebol, passando a vitória a atribuir três pontos.
A medida até agradou, de tal forma que outros desportos passaram, pouco tempo depois, a utilizar a mesma matemática classificativa.
Até aqui tudo bem. O pior foi que os jornalistas, habituados aos lugares comuns, muito vezes sem tempo para pensarem no que escrevem e dizem, continuam, passados largos anos desde a alteração, a escrever e a dizer, coisas do género, quando o jogo acaba empatado: “justa divisão pontual”, “partilha dos pontos foi injusta” ou “repartição dos pontos em disputa aceita-se”, quando se referem à justiça ou injustiça do resultado final.
Ora bolas. Vamos lá entendermo-nos.
Em caso de vitória, os pontos a atribuir são três. Se as equipas empatam, como é que se faz essa divisão? Então não é apenas um ponto para cada um? Onde é que está a divisão pontual?
É verdade que a língua portuguesa é muita traiçoeira, mas a ignorância dos que têm obrigação de a conhecer, é bem pior.

1 comentário:

Bruno Júlio disse...

Bem visto Jorge! ;)

Abraço