Confesso que tinha uma simpatia por ele. Postura elegante, pose calma, discurso tranquilo, eram atributos que me faziam admirar Kofi Annan, o ainda secretário-geral da Organização das Nações Unidas, cargo que vai deixar em um de Janeiro, sendo substituído pelo sul-coreano, Ban Ki-Moon.
Foi indigitado para o cargo, há dez anos, com o total apoio dos Estados Unidos, que agoram, na despedida o atacam duramente, fruto das críticas à postura dos americanos na guerra do Iraque. Críticas que só pecaram por tardias. Ao longo do seu mandato, fica a sensação de tentar fazer muito, mas pouco ou nada concretizar.
Mas o seu principal pecado foi deixar-se envolver, no tristemente célebre caso do programa "Petróleo por alimentos", que em traços gerais - criado em 1994 após o final da primeira guerra no Iraque - vendia licenças de exportação de petróleo iraquiano a companhias internacionais e usava as receitas para comprar alimentos para os iraquianos e para compensar o Kuwait.
Até aqui tudo bem. O pior foram a irregularidades surgidas, conforme descreve em pormenor o artigo do Diário Económico, tudo com o beneplácito de Kofi Annan.
Este ganês, nascido há sessenta oito anos, cujo nome na sua terra natal, significa "nascido à sexta-feira", desiludiu-me. Sim porque foi desilusão o que eu senti ao perceber que o senhor simpático, que eu gostava de ver e ouvir, também estava envolvido em estratagemas sujos.
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