terça-feira, 16 de outubro de 2007

O Canto da Princesa

Hoje a vontade é de dizer mal, mas receio perder público ao pensarem que a rapariga é uma mal disposta com a vida, o que não é verdade.
No entanto, a propósito do que o Tio Jorge publicou há uns dias atrás, sobre a educação dos meninos, há casos gritantes que mais uma vez me levaram ao desespero e sendo assim tenho de fazer o jeito ao dedo.
Um dos jogos deste fim-de-semana do Ricardo foi numa cidade da linha do Estoril. Já não era a primeira que lá íamos e as experiências nunca tinham sido muito boas, mas desta vez...
Não vou entrar em grandes pormenores, só chamar a atenção a coisas que são contra tudo o que é o desporto. Quando os adultos do lado de fora incitam os filhos à violência, quando por tudo e por nada se mostra desagrado, quando um treinador incita para ir ao homem, quando o stick se torna numa arma em vez de um acessório de jogo, quando no fim se apupa a equipa adversária... Digam-me, isto é desporto?
É para isto que o meu filho anda no desporto?
Não sou perfeita, porque também mando as minhas bocas, mas há que ter algum bom senso. Os meninos lá dentro não podem estar preocupados com o jogo e com o mau comportamento do público que está lá para apoiar e não para enervar.
Tirando isso, continuo a achar que desporto faz bem ao Ricardo e por isso, enquanto ele quiser, vou continuar na sua sombra, a apoiá-lo e a incentivá-lo no seu desporto de eleição: o hóquei em patins.

Célia Paulino

6 comentários:

Mandrake disse...

Infelizmente, nem sempre o desporto é a escola de formação que deveria ser.
Acompanhei, durante largos anos, como dirigente desportivo, todos os escalões de formação do Sport Clube Maria Pia (Graça) e assisti a cada cena!
Mas a "pior", pelo caricato e mau carácter subjacente, foi protagonizado pelo pai de uma atleta nossa dos iniciados (12-14 anos), numa manhã de domingo, no pavilhão do "Liceu" Pedro Nunes.
Como a Célia bem sabe, dado acompanhar estes escalões por via do Ricardo, nestas idades há grandes diferenças em termos de peso e altura. Numa modalidade como o basquetebol, os choques são inevitáveis e quase sempre sem maldade, pois a rapidez do jogo assim o proporciona.
A nossa atleta, franzina, defendia à entrada da área restritiva (vulgo garrafão), bracitos erguidos, quando uma jogadora adversária, bem mais robusta, ao pretender abrir caminho para o cesto, esbarra nela, causando o inevitável, mas natural estatelanço.
É daqueles lances em que, na maior parte das vezes, o árbitro até marca falta ao defesa, se considerar que este não tinha definido a sua posição, isto é, se não estava parado. É mesmo raro marcar-se falta atacante.
Nem sei o que o árbiitro marcou na altura, mas não esqueço a reacção do senhor, pai da nossa derrubada atleta que, lá de cima do balcão, se levanta e, no quase silêncio do pavilhão praticamente vazio, grita cá para baixo;
-Oh gorda, hás-de-me fazer isso a mim lá fora!
Ao que sei, outros pais lá acalmaram o senhor, que não procurou assim "vingar a filha lá fora", mas a vergonha já estava feita.
Como árbitro da mesma modalidade, sempre em escalões de formação, também fui, bastas vezes, insultado e até alvo de tentativas de agressão.
Sítios piores: pavilhão da Tapadinha (Atlético)e do Física de Torres Vedras.
No entanto, continuo a achar que o desporto é muito importante na formação dos jovens, pois desde a disciplina de cumprir horários, regras, aos valores solidários etc. etc. tudo é fundamental na sua formação.
Quanto ao palavraeado, assobios e apupos, já a nível dos seniores,
a coisa até se compreende.
Sobretudo a nível do futebol, como Desmond Morris tão bem descreve na sua "Tribo do Futebol".
Assim, apesar de tudo, há que continuar e não desistir, até porque são bons momentos familiares, também, que vos sabe bem partilhar...
Saudações desportivas!

Ouriço disse...

Coisa traumatizante, essa do pavilhão do Pedro Nunes....Aquilo no Inverno escorria humidade por todo o lado. Bah!

Eu cá não puxo muito ao desporto, confesso. Estou a ver se ponho o miúdo a jogar ténis, para mexer o esqueleto. Acho muito competitivo e para competição basta a vida, a educação, as amizades, o ensino e o futuro profissonal. E chega bem.

E gosto muito destes posts, acho que devemos fazer uma petição para um blog da Célia.

bjs

Anónimo disse...

Vá lá Ouriço assim estou bem....
Sabes o desporto ensina muita coisa boa, a competição faz parte da vida é certo mas também lhes faz bem ao fisico e à mente.
beijocas

Mandrake disse...

Acho bem a idéia do Blogue da Célia, já o tinha até sugerido antes. Além do lado humano, bem presente nos seus posts, onde se sente o tal "respirar", seria uma forma de ela despertar de vez a sua, por enquanto adormecida, vertente jornalística que, se pressente estar bem vva no seu interior.
Para os pormenores técnicos que um blogue sempre acarreta, tem, sempre à mão, o Tio Jorge que é aliás o meu "técnico" de apoio ao Now Katrineta, sempre disponível e competente, para esses assuntos.
Sem ele, o meu blogue não tinha sequer arrancado...
Assim Tio Jorge, mais trabalho para ti, mas é por uma boa causa!

Força Célia, estamos contigo, queremos mais!
Será preciso a petição?
Também se faz!

Ouriço disse...

Palpitase-me que temos de pressionar a coisa. Não noto grande entusiasmo.
Ó tio jorge, pressiona aí, vá.

Anónimo disse...

Jorge e ouriço eu gosto mais assim.
Por agora isto dá-me gozo mais tarde se verá.
Beijos e obrigado pelas vossas palavras.