Hoje a vontade é de dizer mal, mas receio perder público ao pensarem que a rapariga é uma mal disposta com a vida, o que não é verdade.
No entanto, a propósito do que o Tio Jorge publicou há uns dias atrás, sobre a educação dos meninos, há casos gritantes que mais uma vez me levaram ao desespero e sendo assim tenho de fazer o jeito ao dedo.
Um dos jogos deste fim-de-semana do Ricardo foi numa cidade da linha do Estoril. Já não era a primeira que lá íamos e as experiências nunca tinham sido muito boas, mas desta vez...
Não vou entrar em grandes pormenores, só chamar a atenção a coisas que são contra tudo o que é o desporto. Quando os adultos do lado de fora incitam os filhos à violência, quando por tudo e por nada se mostra desagrado, quando um treinador incita para ir ao homem, quando o stick se torna numa arma em vez de um acessório de jogo, quando no fim se apupa a equipa adversária... Digam-me, isto é desporto?
É para isto que o meu filho anda no desporto?
Não sou perfeita, porque também mando as minhas bocas, mas há que ter algum bom senso. Os meninos lá dentro não podem estar preocupados com o jogo e com o mau comportamento do público que está lá para apoiar e não para enervar.
Tirando isso, continuo a achar que desporto faz bem ao Ricardo e por isso, enquanto ele quiser, vou continuar na sua sombra, a apoiá-lo e a incentivá-lo no seu desporto de eleição: o hóquei em patins.
Célia Paulino
6 comentários:
Infelizmente, nem sempre o desporto é a escola de formação que deveria ser.
Acompanhei, durante largos anos, como dirigente desportivo, todos os escalões de formação do Sport Clube Maria Pia (Graça) e assisti a cada cena!
Mas a "pior", pelo caricato e mau carácter subjacente, foi protagonizado pelo pai de uma atleta nossa dos iniciados (12-14 anos), numa manhã de domingo, no pavilhão do "Liceu" Pedro Nunes.
Como a Célia bem sabe, dado acompanhar estes escalões por via do Ricardo, nestas idades há grandes diferenças em termos de peso e altura. Numa modalidade como o basquetebol, os choques são inevitáveis e quase sempre sem maldade, pois a rapidez do jogo assim o proporciona.
A nossa atleta, franzina, defendia à entrada da área restritiva (vulgo garrafão), bracitos erguidos, quando uma jogadora adversária, bem mais robusta, ao pretender abrir caminho para o cesto, esbarra nela, causando o inevitável, mas natural estatelanço.
É daqueles lances em que, na maior parte das vezes, o árbitro até marca falta ao defesa, se considerar que este não tinha definido a sua posição, isto é, se não estava parado. É mesmo raro marcar-se falta atacante.
Nem sei o que o árbiitro marcou na altura, mas não esqueço a reacção do senhor, pai da nossa derrubada atleta que, lá de cima do balcão, se levanta e, no quase silêncio do pavilhão praticamente vazio, grita cá para baixo;
-Oh gorda, hás-de-me fazer isso a mim lá fora!
Ao que sei, outros pais lá acalmaram o senhor, que não procurou assim "vingar a filha lá fora", mas a vergonha já estava feita.
Como árbitro da mesma modalidade, sempre em escalões de formação, também fui, bastas vezes, insultado e até alvo de tentativas de agressão.
Sítios piores: pavilhão da Tapadinha (Atlético)e do Física de Torres Vedras.
No entanto, continuo a achar que o desporto é muito importante na formação dos jovens, pois desde a disciplina de cumprir horários, regras, aos valores solidários etc. etc. tudo é fundamental na sua formação.
Quanto ao palavraeado, assobios e apupos, já a nível dos seniores,
a coisa até se compreende.
Sobretudo a nível do futebol, como Desmond Morris tão bem descreve na sua "Tribo do Futebol".
Assim, apesar de tudo, há que continuar e não desistir, até porque são bons momentos familiares, também, que vos sabe bem partilhar...
Saudações desportivas!
Coisa traumatizante, essa do pavilhão do Pedro Nunes....Aquilo no Inverno escorria humidade por todo o lado. Bah!
Eu cá não puxo muito ao desporto, confesso. Estou a ver se ponho o miúdo a jogar ténis, para mexer o esqueleto. Acho muito competitivo e para competição basta a vida, a educação, as amizades, o ensino e o futuro profissonal. E chega bem.
E gosto muito destes posts, acho que devemos fazer uma petição para um blog da Célia.
bjs
Vá lá Ouriço assim estou bem....
Sabes o desporto ensina muita coisa boa, a competição faz parte da vida é certo mas também lhes faz bem ao fisico e à mente.
beijocas
Acho bem a idéia do Blogue da Célia, já o tinha até sugerido antes. Além do lado humano, bem presente nos seus posts, onde se sente o tal "respirar", seria uma forma de ela despertar de vez a sua, por enquanto adormecida, vertente jornalística que, se pressente estar bem vva no seu interior.
Para os pormenores técnicos que um blogue sempre acarreta, tem, sempre à mão, o Tio Jorge que é aliás o meu "técnico" de apoio ao Now Katrineta, sempre disponível e competente, para esses assuntos.
Sem ele, o meu blogue não tinha sequer arrancado...
Assim Tio Jorge, mais trabalho para ti, mas é por uma boa causa!
Força Célia, estamos contigo, queremos mais!
Será preciso a petição?
Também se faz!
Palpitase-me que temos de pressionar a coisa. Não noto grande entusiasmo.
Ó tio jorge, pressiona aí, vá.
Jorge e ouriço eu gosto mais assim.
Por agora isto dá-me gozo mais tarde se verá.
Beijos e obrigado pelas vossas palavras.
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