terça-feira, 31 de outubro de 2023

O Avô em Ceroulas


“Bolas, lá perdemos outra vez com a Áustria!”, exclamou o ESPERTO.

“De novo e pelo mesmo resultado, mas faltam-nos qualquer coisa para sermos melhor”.

“Tens ideia do que pode ser?”.

“Há muitos anos, na nossa seleção masculina, dizia-se que nos faltavam 30 metros, acho que são os mesmos que faltam à feminina”.

“Explica-me lá isso melhor, que eu sou muito novo”.

“Defendemos bem, trocamos com qualidade a bola no meio-campo, mas temos dificuldade em esticar o jogo e criar lances de golo”.

“Já percebi e estou de acordo”.

 

Jogo do Benfica em Arouca, na estreia dos encarnados na Taça da Liga, que até podia ser uma despedida da prova.

Primeira parte totalmente dominada pelo campeão nacional, chegando ao intervalo a vencer (0-1), escasso para o domínio exercido.

Melhor resposta dos arouquenses na segunda metade, mas o Benfica marcou o segundo e arrumou o jogo.

Roger Schmidt hoje jogou com três centrais.

Ocasionalmente ou para continuar?  

 

Até amanhã. 

O Digestivo do Avô


“Que conversa era aquela desta manhã sobre a subida ao Pico?”, questionou o ESPERTO.

“Agora andas a ouvir as minhas conversas com a Princesa?”.

“Nada disso, foi ao pé de mim”.

“Estava a brincar. Hoje faz anos que subimos com o Deodato, um amigo nosso de lá, uma aventura que não correu muito bem”.

“Isso foi à quanto tempo?”.

“Não temos bem a certeza, mas acho que foi em 2001. Cinco depois nasceu este blogue e escrevi lá vários textos sobre a nossa ida à ilha Montanha. Vou deixar aqui um – sobre a subida – para tu leres”.

“Vamos a isso”.

 

Bateram à porta. Era o Deodato. Vinha-nos buscar para irmos em busca do grande desafio. O tempo não estava colaborante. Muitas nuvens, a montanha envergonhada, escondia-se para lá da nossa visão. Conferimos se tudo estava preparado. O plano que o nosso amigo tinha idealizado, passava por subirmos no início da tarde, durante cerca de quatro horas. Nessa altura estaremos no Pico Alto, uma cratera com um perímetro de 700 metros e com uma profundidade de 30 metros. Montamos aí a nossa tenda e preparamo-nos para observar o pôr-do-sol. Numa das extremidades desta cratera, fica o Piquinho ou Pico Pequeno, um cone vulcânico de 70 metros de altura e que constitui o ponto mais alto da montanha. Aí esperamos ver o nascer do sol, por trás da ilha de S. Jorge, que projecta a sombra da montanha no outro lado do oceano.

Cada um de nós leva uma mochila e um cajado. Além de material para recolha de imagem, levamos uma muda de roupa, chocolates, água e pouco mais, pois a subida é difícil e quanto menos peso melhor. O Deodato leva a tenda e os saco-cama. O tempo é que não está a colaborar. Equacionámos a hipótese de não avançarmos. Mas estávamos decididos e o Deodato não nos quis contrariar.

O sol foi-nos acompanhando nos primeiros minutos da escalada, mas cedo percebemos que as condições meteorológicas não estavam connosco. Estugámos o passo, dentro do possível, para aproveitarmos a ausência de chuva que estava eminente. Registámos, entre as muitas nuvens que já nos acompanhavam, alguns planos da ilha do Faial e da sua magnífica cidade da Horta.

Com mais de duas horas de caminho e alguns chocolates ingeridos, chegou a pluviosidade. Inicialmente, em jeito de humidade, envergonhada, como pedindo desculpa de nos molhar. Depois, mais atrevida, encharcando-nos até aos ossos. As dificuldades vão aumentando e o alto tão longe. Para percorrermos uma pequena dezena de metros, temos de contornar largos minutos de curvas e curvas, pelos trilhos delineados entre a rocha vulcânica e a vegetação selvagem.

O cansaço vai aumentado. A Célia “tenta” desanimar, mas nós não deixamos. Depois de mais de quatro horas, chegamos ao Pico Alto, onde as condições climatéricas estão ainda piores. Estamos todos desanimados. Tentamos montar a tenda, mudar de roupa e descansar, mas tenda esta encharcada e inutilizável. A mochila não resistiu à intempérie. Procurámos uma furna para nos abrigarmos e conseguimos encontrar uma, bem baixinha, o que nos proporciona algumas cabeçadas desagradáveis no tecto da nossa nova casa.

Estamos gelados. Rapidamente procuramos mudar de roupa. Pijamas por baixo, fatos de treino por cima, fórmula para ultrapassar o frio. Que não resulta. A temperatura ronda os oito graus. São sete da tarde. O vento sopra forte e a chuva não abranda. Com o evoluir da noite a temperatura vai atingir a proximidade do grau zero. A opção é resistir ao frio ou descer já, enquanto há uma réstia da luz natural. Optamos por avançar de imediato, apesar de outra dificuldade se avizinhar. Apenas o Deodato trouxe lanterna.

Depois de ultrapassarmos os trinta metros do Pico Alto, iniciamos a descida. Rapidamente a noite vai caindo. O tempo vai lentamente melhorando, mas, dizem os entendidos, descer é pior que subir. O nosso guia vai à frente, seguido pela Célia e eu. O piso está muito escorregadio. Apesar de conhecer muito bem o terreno, o nosso anfitrião escorrega e a lanterna caí e... já não volta a acender-se. A preocupação aumenta. E agora?

O Deodato transmite-nos tranquilidade. Deixamos os cajados, aproveitamos a vegetação para a utilizar como escorrega, encurtando caminho, mantendo-nos o mais junto possível, procurando, sempre que caminhamos na posição natural, colocar os pés de forma segura para evitar as quedas.

Estamos esgotados, após várias horas e muitos tombos. Pelo caminho ainda temos tempo para apreciar, de novo, o Faial, agora na versão nocturna. Espectacular. Esta visão vale a pena o esforço. Vislumbramos o fim da linha. As últimas centenas de metros parecem quilómetros, mas finalmente chegamos ao sopé desta Montanha gigantesca, após dez horas de caminhada.

Voamos a doze mil metros de altura. Dentro de uma hora vamos aterrar na Portela, dez dias depois da partida. Apesar dos músculos ainda queixosos, fruto da aventura na montanha, já temos vontade de voltar. E o Piquinho que se cuide, pois isto não vai ficar por aqui.

 

A seleção feminina regressa à competição, 4ª jornada da Liga das Nações, na Póvoa de Varzim recebe (18:15) a Áustria, depois da derrota (2-1) em Altach.

Também o Benfica joga esta noite (20:15) em Arouca, jogo da Taça da Liga.

 

Até logo.

Alvorada do Avô


“Hoje não havia nevoeiro”, afirmou o ESPERTO.

“Nada, tudo bem visível”.

“Descobri que temos três novos habitantes de Oriola”.

“Verdade, três pequenas ovelhas, com alguns dias de vida”.

“Tão pequeninas!”.

 

O argentino Lionel Messi venceu a Bola de Ouro pela oitava vez, com Bernardo Silva a ficar no 9º lugar.

No lado feminino a espanhola Aitana Bonmati foi eleita a melhor do Mundo.

 

 Até logo.

segunda-feira, 30 de outubro de 2023

O Avô em Ceroulas


“Tens aqui no Facebook mais umas memórias, a 30 de outubro, de viagens aos Açores”, informou-me o ESPERTO.

“Acredito que sim, pois já lá muitas vezes fazer relatos de futebol e de hóquei em patins. Em que anos foram as deslocações e a que ilha?”.

“Espera... em 2016 foste à Terceira e em 2021 ao Pico”.

“Não queres que saiba isso de memória, pois não?”.

“Acredito que não seja fácil, pelo que vou dar-te um bocadinho para me consultares”, brincou ele.

Fui espreitar o Google, para confirmar aquilo de que me lembrava.

“Já sei tudo. Há sete anos fui até Praia da Vitória, uma viagem de véspera para o relato do Lusitânia – Vilafranquense que terminou empatado a zero, no Estádio João Paulo II”.

“O AMAGADINHO não ia gostar desse resultado”, brincou o ESPERTO.

“Pois não. Já há dois anos, voei no próprio dia, fui à boleia da minha Comadre até à Candelária, onde fiz a narração de um jogo de hóquei em patins, com os picoenses a vencerem (4-3) o Alenquer, sendo que no dia seguinte, no Dia das Bruxas, fui até São Miguel onde os alenquerenses bateram (2-6) o Marítimo”.

“Tens ideia de quantas vezes já foste aos Açores só para fazeres relatos desportivos?”.

“Tenho pena de não ter nada registado de tudo o que fiz nesta área do jornalismo, mas quando comecei não havia internet, nem um simples ficheiro de Excel, pelo que não tenho nada anotado. Nas ilhas dos Açores e Madeira já devo ter feito umas três dezenas, mas desde que comecei, certamente que já ultrapassei, largamente, as mil narrações”.

“Bolas Tio, já são muitas!”.

“Uma brincadeira que começou há mais de 38 anos!”.

“E esta foto?”.

“Foi tirada em 2016 na Praia da Vitória”.

 

Até amanhã. 

O Digestivo do Avô


“Esta fotografia é de que cão?”, perguntou o ESPERTO.

“É uma cadela, de nome Bira”.

“Vais ficar com mais um?”.

“Calma, deixa-me explicar. Ontem, depois de uma conversa com a Princesa, lembrei-me de mandar uma mensagem à senhora que nos deu o Pizzi. Perto de onde ela morava – na zona do Estoril – andava uma cadela de rua, daquelas que não queria ter dono. Sempre que ela ficava prenha, a Maria João lá ia recolher os novos patudinhos”.

“Calculo que não era fácil”.

“Pois não, pois ela não paria sempre no mesmo sítio. Segundo ela me disse, deu 42 cães de ninhadas da Bira, ela que é a Mãe do Pizzi”.

“Parece-me uma labradora?”.

“Sim, mas já deve ter morrido, porque nunca mais foi vista por lá. Sabes que os cães de rua vivem muito menos tempo”. 

“Obviamente, falta-lhe o carinho e os cuidados dos humanos”.

 

Mais logo temos o jogo de encerramento da 9ª jornada da Liga portuguesa, no Bessa (20:15), entre Boavista e Sporting.

 

Até logo.

Alvorada do Avô


“Puxa, que nevoeiro estava hoje”, afirmou o ESPERTO.

“Verdade, mesmo bem intenso”.

“Tão intenso que até perdemos o Eduardo e o Trovão”.

“Pois foi, como ele não me via, voltou para trás mais cedo que o habitual”.

“Ele é um malandro”, riu-se ele.

 

 Até logo.

domingo, 29 de outubro de 2023

O Avô em Ceroulas


“Vamos caminhar amanhã, certo?”, perguntou o ESPERTO.

“Sim, desde que não esteja a chover”.

“Que circuito vamos fazer esta semana?”.

“Como o Eduardo e o Trovão vão connosco, vamos à Lentisca”.

“Parece-me bem!”.

 

Ela já chegou há alguns dias, mas ainda não teve direito a notícia por aqui.

Depois da sua prima ter dado o berro, chegou uma nova torradeira.

Para já a portar-se muito bem!

 

Até amanhã. 

O Digestivo do Avô


“Ontem, mais ou menos por esta hora, fiz-te uma pergunta”, afirmou o ESPERTO.

“Já não me recordo qual foi”.

“Perguntei-te se continuavas a confiar em Roger Schmidt”.

“Ah sim, recordo-me”.

“Respondes a mesma coisa hoje?”.

“Claro que sim. Como tu sabes eu joguei futebol, sempre a nível distrital, mas não deixa de ser muito diferente. Quando os jogadores não querem ou não podem, não há treinador que resista”.

“Queres dizer que os jogadores não estão a dar o máximo?”.

“Acho que podem fazer mais”.

“Então concordas que temos crise no Benfica?”.

“Quando os encarnados perdem dois jogos seguidos, esse passa a ser o tema de conversa”.

 

Mais três jogos da 9ª jornada da Liga portuguesa, o Rio Ave – Farense (15:30), Estrela Amadora – Famalicão (18:00) e Vizela – FC Porto (20:30).

 

Até logo.

Alvorada do Avô


“Já chegou a Celine”, constatou o ESPERTO.

“Vamos ter um domingo muito chuvoso”.

“Vai ser uma semana toda assim?”.

“Parece que amanhã e terça não chove, mas ela pode voltar na quarta e quinta”.

“Estamos no tempo dela e faz muita falta”.

“O outono começou quente, mas rapidamente acertou o passo”.

 

 Até logo.

sábado, 28 de outubro de 2023

O Avô em Ceroulas


“Apesar de já teres ganho a nossa competição interna, estavas a puxar pela África do Sul?”, perguntei eu ao ESPERTO.

“Claro que sim, porque também queria acertar no novo campeão mundial. Grande vitória dos Springboks”.

“Mas os All Blacks estiveram perto da vitória, apesar de terem jogada grande parte da final com menos um jogador”.

“Poucos pontos, apenas um ensaio e um grande jogo carregado de emoção e polémica na arbitragem”.

“Também no râguebi?”.

“Também no râguebi”.

 

Estava aqui a pensar qual a melhor maneira para começar a falar do empate (1-1) do Benfica esta tarde.

Talvez uma frase popular portuguesa defina bem o que se passa com o campeão nacional: “Quando um gajo estás em baixo, até os cães lhe mijam em cima”.

Três perguntas – e respostas - sobre esta partida.

Os encarnados jogaram o suficiente para ganhar?

Não!

Faltou aquela pontinha de sorte que por vezes resolve um jogo?

Sim!

Roger Schmidt está a conseguir lidar com o momento atual da equipa?

Não!

 

Cá está aquela noite do ano em que dormimos mais uma hora.

Às duas da manhã atrase o relógio uma hora.

Chega a hora de inverno.

 

Até amanhã. 

O Digestivo do Avô


“Tu sabes que eu não tenho clube, mas estou a ficar preocupado com a prestação do Benfica. Achas que a culpa é do treinador?”, questionou o ESPERTO.

“Vou-te responder como o faço habitualmente. Para mim o técnico dos encarnados até pode ser a mulher da limpeza... desde que ganhe”.

“Percebi, só os resultados é que importam”.

“Claro que sim. Os adeptos querem que a sua equipa ganhe todos os jogos. Se me perguntares se estou contente com as exibições, não. Mas por vezes é preciso ter paciência”.

“Posso depreender que continuas a confiar em Roger Schmidt?”.

“Claro que sim!”.

 

Continua a 9ª jornada da Liga portuguesa, com quatro jogos.

Temos o Portimonense – Estoril (15:30), Benfica – Casa Pia e Vitória SC – Desportivo Chaves (18:00) e o Gil Vicente – SC Braga (20:30).

 

Até logo.

Alvorada do Avô


“Então vamos ter outra depressão feminina para estragar o fim de semana”, afirmou o ESPERTO.

“Desta vez é a Celine, mas por aqui só vai trazer chuva amanhã, mas vai afetar muito a zona norte do país”.

“Quem ficou com o 3º lugar no Mundial de râguebi?”.

“Foi a Inglaterra (26-23), num jogo muito equilibrado, com os argentinos a falharem uma penalidade – que dava o empate – a cinco minutos do fim”.

“Logo temos a final (20:00) entre a Nova Zelândia e a África do Sul”.

“Duas seleções que já venceram a prova por três vezes”.

“Quer dizer que uma delas vai vencer pela quarta vez e torna-se na que mais vezes venceu o Mundial”.

“Vai ser um grande jogo”.

 

 Até logo.

sexta-feira, 27 de outubro de 2023

O Avô em Ceroulas

 

“Então o que achaste do jogo da nossa seleção?”, perguntou-me o ESPERTO.

“Ainda estou zangado. Excelente primeira parte, mas a faltar-nos o golo, reagiram as austríacas na segunda metade, fizeram três remates à baliza e marcaram por duas vezes, beneficiando de uma enorme infelicidade da nossa seleção – um autogolo inacreditável – ainda conseguimos marcar, mas não a tempo de empatar o jogo, que seria, no mínimo, o resultado mais justo”.

“A próxima jornada da Liga das Nações é cá, de novo com a Áustria e vamos ganhar”.

“Acredito que sim”.

 

Lia esta amanhã que o International Board, organismo que regulamenta as regras do futebol, vai rever o protocolo do VAR de forma a definir que jogadas devem, ou não, ser revistas pelo sistema de videoarbitragem.

Na mesma reunião onde foi tomada esta decisão, entre vários assuntos, mereceu especial atenção a regra dos seis segundos que o guarda-redes pode ter a bola na mão.

Depois de eu tanto ter lutado pelo cumprimento desta lei - semelhante ao que já acontece no futebol de praia e no futsal – será que vai ser desta vez que os árbitros vão passar a assinalar esta infração recorrente em todos os jogos de futebol?

Se assim não for, mas vale eliminá-la.

 

Até amanhã. 

O Digestivo do Avô


“Então hoje regressa a Liga portuguesa”, afirmou o ESPERTO.

“Certo, começa a 9ª jornada com o Arouca a receber (20:15) o Moreirense”.

“Também a nossa seleção feminina regressa à Liga das Nações”.

“Vamos ter a dupla jornada com a Áustria, hoje em Altach às 5 da tarde”.

“Para terminarmos esta vertente desportiva, temos o regresso do Mundial de râguebi”.

“Às oito da noite, Argentina e Inglaterra vão discutir o 3º e 4º lugar da prova”.

“A final é amanhã?”.

“Exatamente, e à mesma hora de hoje”.

 

Até logo.

Alvorada do Avô


“Dia bem simpático, esta sexta-feira, pelo menos no início”, constatou o ESPERTO.

“Verdade, apesar de quando saímos estava uma ligeira neblina”.

“Esta semana já está, para a próxima há mais”.

“Que vai ser depois de entrarmos na hora de inverno”.

“Pois é, a hora muda na madrugada de domingo”.

 

 Até logo.

quinta-feira, 26 de outubro de 2023

O Avô em Ceroulas


“O Trovão lá foi para a casa dele”, afirmou o ESPERTO.

“Claro, o Eduardo regressou e ele foi”.

“Eu gosto dele, não me importava que ele ficasse sempre cá”.

“Nós também não, mas ele tem a casa dele e o seu Pai”.

“Ao princípio ele estava muito aborrecido, mas depois já fazia parte da família”.

“Um patudo muito dono do seu nariz”.

“Isso mesmo!”.

 

Hoje tivemos o Sporting na Liga Europa, chegou ao intervalo com menos um jogador e um golo de avanço, terminando o jogo num empate (1-1) que não foi mau.

 

Até amanhã.

O Digestivo do Avô


“Depois de uma jornada da Liga do Campeões, hoje temos a Liga Europa”, informou o ESPERTO.

“Certo, o Sporting joga (17:45) na Polónia, frente ao Rakow”.

“Num país onde os leões nunca venceram”.

“Mais um borrego para o Amorim matar, pois também nunca tinha ganho na Áustria”.

“Também acredito que sim”.

 

Já ontem aqui falei dos 20 anos do Estádio da Luz.

O Benfica aproveitou a oportunidade para inaugurar o Mural dos Campeões, resultado de uma votação feita pelos sócios, que escolheu os melhores que vestiram o Manto Sagrado nas últimas duas décadas.

Os guarda-redes Oblak e Ederson, os defesas André Almeida, Nélson Semedo, Luisão, Garay, Rúben Dias, Otamendi e Grimaldo, os médios Rui Costa e Aimar, os extremos Simão Sabrosa, Di María, Salvio, Gaitán e Rafa e os avançados Nuno Gomes, Cardozo, Jonas e João Félix foram as escolhas dos adeptos para aparecer no mural.

Eu não votei – já não sou sócio – mas atrevi-me a escolher um 11 entre estes.

Não é fácil, porque não se pode jogar só com defesas e avançados, mas se fosse eu o treinador, como era Camacho há 20 anos, esta era a minha equipa inicial num 4x4x2: Oblak; Nélson Semedo, Luisão, Rúben Dias e Grimaldo; André Almeida, Aimar, Simão Sabrosa e Di María; Jonas e Cardozo. 

 

Até logo.

Crónicas do Bom Malandro


Retalhar Pontos e Golos

 

(21/10/2023) No que diz respeito à meteorologia, nunca há uma unanimidade. Todos concordamos que a chuva faz falta, mas a esmagadora maioria das pessoas gosta mais do sol.

Para conseguirmos encontrar um consenso sobre este tema, talvez a solução fosse chover de noite e ausência da mesma durante o dia, mas mesmo assim nem todos ficariam satisfeitos, nomeadamente os mais noctívagos.

Depois do início de outubro com temperaturas muito altas, esta semana que está a terminar trouxe a Babet e a Aline, duas depressões femininas que trouxeram muita água e vento, mas parece que mais uma chega amanhã, esta do sexo masculino, “muita cavada e anómala”, como explicou o IPMA, de nome Bernard.

Enquanto ele não chega, ligo o portátil à espera de me encontrar com a juventude, neste sábado que está cinzento, obviamente, já a pedir chuva.

“Bom dia Tio”, cumprimentaram-me eles, enquanto me diziam adeus.

“Bom dia juventude. Então como correu esta semana com mau tempo?”.

“Chuva, muita chuva, com o vento a complicar ainda mais a nossa vida”, explicou a RODINHAS.

“Que temporal! A Aline estava muito zangada”, riu-se o ALÉU.

“Nestas alturas, como não está muito frio, eu ando sempre de calções, para não molhar mais roupa”, explicou o OLHA.

“Parece-me uma excelente ideia, eu também sou adepto dessa opção. Antes de irmos à nossa agenda e ao fora da caixa, quem esteve atento ao derby de ontem?”.

“Eu!”, gritaram os três.

“Já calculava, mas para não dizerem que estou a favorecer um de vocês, hoje temos um convidado especial para falar sobre o jogo, sendo também uma oportunidade para o conhecerem. Boa noite AMAGADINHO”.

“Boa noite Tio, um abraço para esta extraordinária equipa”.

“Bolas, pensava que eras mais velho”, exclamou o OLHA

“Também eu”, afirmou a RODINHAS.

“Vá, não me envergonhem o miúdo, que ainda anda no secundário, enquanto vocês estão já estão a acabar a Faculdade”, brinquei eu. Conta-nos lá como foi o Sporting – Benfica”.

“Gostei do jogo, excelente ambiente no pavilhão, mas pareceu-me que quem jogou melhor acabou por perder, sendo que a eficácia foi decisiva, como aliás, em jogos entre equipas muito semelhantes, faz quase sempre a diferença, além dos golos de bola parada, como se diz na gíria. Por falar em objetividade, tenho uma ideia, mas vou guardá-la para segunda-feira”.

“Combinado, um abraço miúdo, até lá”.

“Um abraço para todos”, despediu-se o AMAGADINHO.

Fiquei a pensar. O que será que ele vai inventar desta vez?

“Vamos avançar para o fora da caixa. Alguém tem algum assunto?”.

“Tio, sabias que hoje é o Dia Internacional da Maçã?”, questionou a RODINHAS.

“Não fazia ideia”.

“Esse dia fez-me lembrar Adão e Eva”, afirmou o OLHA.

“Que engraçadinho”, ripostou ela. “Mas é verdade, eu que só uma fã deste fruto, principalmente daquela bem verde e ácida”.

“Uma boa oportunidade para elegermos o nosso fruto preferido. Cá para mim voto nas nectarinas”, avancei eu.

“Não sei o que é isso, mas gosto mais de morangos”, gozou o ALÉU.

“Eu gosto muito de uma bela talhada de melão, o problema é que só depois de o abrir é que se sabe o que está lá dentro”, finalizou o OLHA.

“Verdade, lá diz o ditado popular. Vamos à nossa agenda para esta semana. Para já, enquanto os campeonatos estão no início, vamos manter a mesma tática, sendo que eu vou ficar com a Terceirona, o OLHA espreita a Segundona, a RODINHAS fica com a Primeirona feminina, enquanto que o ALÉU vai até ao Dragão, num jogo que começa às 11 horas da manhã de domingo, em contraciclo com o que é habitual, mas que dá abertura a mais uma transmissão televisiva”.

“Como aconteceu ontem no João Rocha”, afirmou a RODINHAS.

“Uma maneira de promover - ainda mais - a modalidade”, corroborei eu. “Vamos prepararmo-nos para a refeição, mas antes que vocês perguntem, hoje vou eu fazer o almoço, um entrecosto estufado no tacho com umas belas batatas fritas”.

“Daquelas de Viana do Alentejo que comemos aí da última vez?”, perguntou o OLHA.

“Nem mais, um abraço para todos e até terça-feira”.

“Adeus Tio, vai lá tratar da refeição”, despediram-se eles, saindo de mansinho e eu fui para o fogão.

 

Divide-se entre jogar e treinar, mas é nesta segunda função que chega hoje ao FORA DO BANCO.

 

Nome Completo: Rui Pedro Cardoso Santos

Clube atual: CA Feira

Idade: 26 anos

Local de Nascimento: Santa Maria da Feira

 

Prato preferido: Francesinha

Melhor cidade para viver: Aveiro

Livro que está na mesa de cabeceira: Nenhum

O filme que já viu mais do que uma vez: Nenhum

Jogou hóquei em patins? Se sim, em que clube(es): AD Sanjoanense, HA Cambra, AD "Os Limianos", Escola Livre Azeméis e CA Feira

Como/quando chegou a opção de ser treinador: Nas camadas jovens convidaram-me para ajudar na iniciação do clube, e a partir daí sempre quis aprender mais como treinador e evoluir

Clubes/seleções que já treinou: AD Sanjoanense, AD "Os Limianos" e CA Feira

Mais fácil treinar equipas da formação ou seniores: São diferentes, cada fase tem a sua adaptação e o seu nível de treino, não escolho nenhuma opção

Quanto tempo demora a preparar o próximo jogo da sua equipa: Durante os microciclos vai-se preparando os jogos conforme as necessidades dos atletas, há sempre uma outra adaptação, por isso não há um tempo exato de preparação

Se pudesse, que regra alteraria no hóquei em patins: Com esta nova alteração do apito nas bolas paradas, o livre direto teria que ser sempre de bola corrida e nunca remate e o penálti devia manter-se como está

Maior tristeza como treinador: Quando um atleta desiste

E, claro, a maior alegria: Muitas, mas não tenho uma alegria que seja maior que as outras

Para terminar, o que mais o irrita durante um jogo: Os pais.

 

(23/10/2023) Desde de sábado que fiquei com a pulga atrás da orelha.

Qual será a nova ideia que o AMAGADINHO tem para o hóquei em patins?

Não falta muito para ficar a saber, até porque chegou a hora combinada para a nossa conversa.

“Boa noite Tio”.

“Boa noite. Está tudo bem contigo?”.

“Na maior, vamos lá a isto”.

Será que ele se esqueceu?

“Quatro jornadas cumpridas, já tenho mais umas ideias para que o campeonato seja mais interessante”.

Afinal ele não se esqueceu!

“No sábado disse-vos que tinha uma ideia, mas antes de dizer qual é, entretanto, achei que uma outra medida podia ser implementada”.

Outra? Não sei se aguento!

“Então conta lá”.

“Acho que deviam ser premiadas as equipas que não sofressem golos, assim como castigadas as que não marcassem nenhum em cada jogo”.

“E qual era o castigo?”.

“Meio ponto positivo e negativo, conforme a situação”.

Já estava à espera de qualquer coisa assim.

“E a outra ideia?”.

“Essa fica para o fim. Sobre esta jornada referir que passámos a ter só três equipas sem derrotas – as que lideram a prova – enquanto que duas continuam só com derrotas. Uma curiosidade, o HC Braga só tem um ponto, conquistado frente ao atual campeão”.

“Vamos à tua meia-dúzia classificativa?”.

“Isso mesmo, começando com uma correção, tipo errata. O AMAGADINHO errou a semana passada. O Carvalhos continua no 1º lugar, mas com 1 ponto e não com zero como tinha dito, seguido do Famalicense (1), HC Braga (3), Juventude Pacense (3), Valongo (4) e Riba d’Ave (5) na 6ª posição”.

“E acho que temos ALMOFADA esta semana”.

“Acertaste, temos sim. Foi no Dragão que o Renato Garrido utilizou os dois guarda-redes, com o Gonçalo Guga Bento (AD Valongo) a sofrer dois golos que lhe deram o direito a ficar com ela”.

“Estamos a terminar, vamos lá a mais uma brilhante ideia”.

“Bom, em relação à minha ideia de sábado, ela é fruto de uma enorme reflexão da minha parte. Percebi que muitos dos jogos são resolvidos através de livres diretos ou penáltis, pelo que me parece que as equipas andam mais à procura de sofrer faltas do que marcar golos. Por isso, acho que por cada golo marcado de jogada corrida, cada equipa beneficiava de mais um quarto de golo”.

“Um quarto de golo!? Que dizer que cada golo que não fosse de bola parada valia 1,25 no resultado final?”.

“Exatamente, já percebi que me expliquei bem. Tio, para a semana estou de volta. Grande abraço”.

“Até segunda”.

Acho que ainda estou de boca aberta. O que será que ele vai inventar mais?

 

(25/10/2023) Com o Bernard a continuar a fazer-nos companhia, regressou também a Liga dos Campeões de futebol.

Já sei o que vocês estão a pensar. “Então ele não gosta que falem aqui de futebol, mas vai levantar o assunto?”.

Calma, muita calma, levantei o tema para explicar que hoje a nossa reunião teve uma alteração de horário, precisamente porque a juventude queria ir ao estádio ver o Benfica.

Conversámos, procurámos a melhor solução, sendo que já não era possível conversarmos na terça-feira, pelo que adiámos a nossa reunião para o dia seguinte, o que fez com que a publicação desta semana fique atrasada um dia, ou seja, vai surgir apenas na 5ª feira.

Explicação apresentada, era inevitável que o início da nossa conversa resvalasse para o pontapé na bola, mas eu já estava preparado.

“Boa noite Tio”.

“Boa noite juventude”, responderam com cara de poucos amigos.

“Tio, antes de começarmos, deixa-nos agradecer a tua boa vontade por nos teres deixado ir à Luz, sendo que até podíamos falar do jogo no fora da caixa”, argumentou a RODINHAS”.

“Podíamos, mas não vamos falar, porque eu já tenho dois assuntos para conversarmos esta noite”.

“Ok”, concordaram eles meio contrariados, com aspeto de quem tinha muito para dizer sobre o duelo luso-espanhol de ontem.

“Hoje é o Dia das Massas e o Dia dos Dentistas. O que vos apraz dizer sobre isto?”.

“Duas coisas de que não gosto nada”, reagiu o ALÉU.

“Não gostas de massa?”, perguntou o OLHA com um ar incrédulo.

“Não, eu nasci em Portugal, não em Itália”, brincou ele. “Gosto muita da cozinha tradicional portuguesa, mas sobre os dentistas, respeito muito o seu trabalho, mas não gosto nada de lá ir”.

“Estou de acordo, mas é importante irmos lá de vez em quanto fazer uma revisão”, afirmei eu. “Já sobre as massas, também estou contigo, não sou fã”.

“Tio, como é possível? Eu adoro!”, exclamou a RODINHAS. “Para mim é um dos melhores pratos, sendo que o meu preferido é uma bela lasanha. Já a cadeira do dentista atemoriza-me”, terminou ela com um sorriso amarelo.

“Estou contigo, é um local onde só vou porque sou obrigado. Já sobre a massa, eu estava bem em terras transalpinas. Uma bolonhesa, carbonara ou outra a fazer o pino, para mim é de qualquer maneira”, brincou o OLHA.

“Unanimidade sobre os dentistas, um empate na questão das massas. Bem, caixa fechada, vamos lá ao nosso trabalho, que é para isso que o Pedro Jorge Cabral nos paga”, ri-me eu até às lágrimas.

“Hoje começamos com o ALÉU que esteve de sofá, só com um joguito”.

“Isso é só para quem merece. Sobre o jogo, acho que vou aproveitar essa questão do sofá, tal a facilidade com que os azuis-e-brancos resolveram a partida, com um claro quatro a zero ao intervalo e uma segunda metade tranquila, ou seja, uma vitória sem espinhas”.

“Para a semana vou castigar-te com mais trabalho. Agora vamos ouvir por onde andou o OLHA”.

“Terceira jornada da Segundona, com um primeiro olhar à Zona Sul. Muitos golos, ninguém a zero, primeira derrota do Alenquer, Biblioteca e Oeiras, com Parede e Benfica B a fazerem o pleno até agora. Uma curiosidade nesta zona, em todas as jornadas tivemos um empate nos sete jogos realizados. Já na Zona Norte também todos os jogos tiveram golos, tivemos os primeiros empates da época, curiosamente o mesmo resultado (5-5), com Póvoa, Juventude Viana e Espinho a vencerem nas três jornadas realizadas”, conclui ele.

“Vamos até ao lado feminino do hóquei, com a RODINHAS, no arranque do campeonato a que vamos chamar Feminona, em vez de Primeirona feminina como tinha dito no sábado”.

“Parece-me um bom nome”, riu-se ela. “Este ano temos três zonas, Norte, Centro e Sul, com dezassete formações, pois a zona nortenha só tem cinco equipas. O que posso dizer sobre esta primeira jornada? Não tivemos qualquer empate, todas as equipas marcaram golos, três goleadas e um maior equilíbrio a Norte”.

“Muito bem, só falto eu que fiquei com a Terceirona. Apesar de estarmos na jornada cinco, o número ímpar de equipas em cada série, aliado a jogos em atraso, faz com que as análises sejam sempre muito redutoras. Temos olhado para as equipas que só sabem ganhar, mas hoje vou armar-me em AMAGADINHO e espreitar as formações que ainda não conquistaram qualquer ponto. Elas são dez, metade são formações B, três jogam nas nossas maravilhosas ilhas de Açores e Madeira. Aqui ficam elas: Famalicense B e Riba d’Ave B (série A), Paço de Rei, Carvalhos B e Espinho B (B), Nafarros, Marítimo Madeira, HC Madeira e Entroncamento B (C), e o HC PDL (D). Em contraponto, treze equipas ainda não perderam. Parece-me uma boa maneira para terminarmos esta semana, onde alterámos a data da publicação a pedido dos mais novos. Até sábado juventude”.

“Adeus Tio, e obrigado pela abébia”, riram-se eles.

Grandes malandros!

 

Foi em Oeiras que tivemos a SACADA desta semana, nada mais, nada menos que dezanove golos, com destaque para os guarda-redes do Cascais, José Lopes (7) e Rodrigo Patrão (5).

Se tivesse aqui o AMAGADINHO, o Rodrigo lá ficava com uma ALMOFADA.

 

Não é a primeira vez, mas a distinção final salta da mesma partida da SACADA.

Marcar sete golos num jogo não é fácil, António Nisa (Oeiras) conseguiu esse desiderato e fica com O VELHO desta semana.