segunda-feira, 23 de julho de 2007

23 de Julho

Carlos Paredes nasceu em Coimbra, a 16 de Fevereiro de 1925. Era conhecido como O mestre da guitarra portuguesa ou O homem dos mil dedos.
Foi um dos grandes guitarristas e é um símbolo ímpar da cultura portuguesa, sendo um dos principais responsáveis pela divulgação e popularidade da guitarra portuguesa, além de um grande compositor.
Filho, neto e bisneto dos famosos guitarristas Artur, Gonçalo e José Paredes, começou a estudar guitarra portuguesa aos quatro anos com o seu pai, embora a mãe preferisse que o filho se dedicasse ao piano.
Frequenta o Liceu Passos Manuel, começando também a ter aulas de violino na Academia de Amadores de Música.
Em 1934 muda-se para Lisboa com a família e abandona o violino para se dedicar, sob a orientação do pai, completamente à guitarra.
Em 1957 grava o seu primeiro disco, a que chamou simplesmente Carlos Paredes. No ano seguinte é preso pela PIDE por fazer oposição a Salazar.
A sua paixão pela guitarra era tanta, que uma certa vez a sua guitarra perdeu-se numa viagem de avião e ele confessou, mais tarde, a um amigo que pensou em se suicidar.
Uma doença do sistema nervoso central, impediu-o de tocar durante os últimos 11 anos da sua vida.
Morreu em Lisboa, a 23 de Julho de 2004, faz hoje três anos.

1 comentário:

Mandrake disse...

Tive o prazer de, por duas ou três vezes (Festa do Avante), assistir em pequenos recintos (tendas) a recitais do grande Mestre Carlos Paredes. A forma como segurava, firme mas carinhoso, a guitarra, como se de um bebé se tratasse era única. E depois os sons que dela fazia ecoar...
Momentos únicos de um homem cujo único pecado foi ser modesto, cujo grande azar foi ter nascido em Portugal.
E, sim, ele amava a sua guitarra. Numa altura em que preso pela PIDE se viu privado da sua "menina" surpreendeu os "companheiros" de cela ao sentado, como se a tivesse entre mãos, realizar imaginários concertos, tal a saudade que dela e da sua música sentia.
Para sempre na memória aquele seu jeito muito próprio, um tique sei lá, de vincar os compassos com bruscos movimentos de pescoço, frémitos de vida e talento deste grande homem que o País não soube merecer.
Lá no Céu onde está, porque para lá vão todos os homens bons, já deve ter dado cabo do juízo ao São Pedro com seus infindáveis trinados de guitarra portuguesa.

Play it agaim, Carlos!