quarta-feira, 31 de janeiro de 2007

Roubo

Recebi a mensagem que abaixo reproduzo, de um amigo. Leia que já conversamos.

Talvez ainda não se tenha apercebido do facto, mas o serviço informativo,
gratuito, de números de telefone através da Internet 118.net (http://www.118.net) foi descontinuado e substituído pelo novo serviço informativo 1820 (http://www.1820.pt/1820pt), cuja página de abertura aparece assim nos nossos monitores:

este é o ecrãn inicial
Ou seja, no momento em que precisa de saber o número de telefone de alguém a quem pretende ligar - e essa necessidade até pode ter carácter de urgência - em vez de aceder directamente à informação que procura e que a PT é obrigada a fornecer gratuitamente, "tropeça" num complexo processo de registo, processo que não passa de um "convite" a que desista dessa diligência e, em alternativa, recorra ao serviço informativo por telefone, e para tal lá está o lembrete: "ligue 1820 da rede fixa ou móvel".
Esse serviço, contudo, não é gratuito e vai-lhe custar 0,52 € nos primeiros 30 segundos, mais 0,29 € por minuto, durante a restante duração da chamada, tempo que, além do mais, irá ser habilmente prolongado...e prolongado...e prolongado...com música de espera e múltiplas questões pseudotécnicas e muitas, muitas, muitas interrupções...intercaladas com "um muito obrigado por ter aguardado".


Fui experimentar. O endereço antigo está mesmo desactivado, aparecendo no mesmo endereço um site chinês!? Entrei no novo, e como dizia o meu amigo, tive que fazer um registo, onde tinha que incluir uma morada de mail. Assim fiz. Logo de seguida recebi um e-mail que me informava que para finalizar o processo de registo tinha de enviar um SMS para um número da rede fixa com uma determinada mensagem, prometendo que de seguida me enviariam uma password para o mail que eu forneci.
Já mandei o SMS à uma hora e resposta...nada.
Portanto, a informação do meu amigo é fidedigna, e nem consegui chegar ao fim do registo. Eles querem é que a "malta" ligue, para transformar um serviço gratuito, num pago e bem pago.
Devemos reclamar e podemos fazê-lo para ANACOM (Autoridade Nacional de Comunicações), para o IC (Instituto do Consumidor) e para a DECO/PROTESTE.
Isto chama-se roubo.

terça-feira, 30 de janeiro de 2007

Assim Sim


Começo a ter dificuldade em conseguir adjectivar as imitações de Ricardo Araújo Pereira, um dos quatro Gato Fedorento.
Desta vez a "vítima" é Marcelo Rebelo de Sousa e o seu vídeo de lançamento do Assim Não, um movimento de apoio ao Não no referendo sobre o aborto, lançado pelo Professor.

Pedaladas

Uma das belas imagens que nos proporciona o ciclismo Quem vai acompanhando com alguma assiduidade o meu blog, já percebeu o meu gosto pelas ondas do éter. Posso afirmar que das muitas reportagens que fiz para rádio, o ciclismo tem um cantinho muito especial nas minhas simpatias.
Vício induzido pelo meu amigo Manel-Zé Madeira, os primeiros troféus Joaquim Agostinho, na sua companhia, depois mais de uma dezena para a Rádio Irís, três Voltas ao Alentejo, com o João Luis Rodrigues, e também para a rádio de Samora Correia, uma volta a Portugal.
Todas me deram muito gozo.

Aos arquivos, fui recuperar o som de um final de étapa da prova de Torres Vedras. Uma chegada ao Alto de Montejunto, que quase todos os anos decide o vencedor, desta prova, que ano após ano homenegeia o maior ciclista português de todos os tempos, Joaquim Agostinho.

segunda-feira, 29 de janeiro de 2007

Metereologia

A minha filha Cláudia Faz precisamente hoje um ano que nevou em todo o País. Claro que também tudo ficou branco em Alverca, fenómeno que não acontecia há mais de 50 anos e que eu tive a oportunidade de o ver pela primeira vez.
Estas coisas da metereologia são um bocadinho complicadas, apesar de agora eu ter a minha filha Cláudia que me ajuda a interpretar o funcionamento do tempo.
Já aqui expliquei, que foi por causa dela, que regressei aos estudos. Entrámos os dois para Universidade no mesmo ano. Ela para a Nova em Geografia e Planeamento Regional, que está a cumprir com gosto, apesar do muito trabalho, num curso muito exigente.
Ora, é por isso que sempre que o tempo está mau, eu digo que a culpa é da Cláudia, pois se é ela que anda estudar as superfícies frias, as frontais, as massas de ar...deve que ter alguma responsabilidade, pois acho que o tempo não gosta que se metam na vida dele.
Força filhota.

domingo, 28 de janeiro de 2007

The must

Roger Federer, o melhor jogador do Mundo As manhãs de domingo começam cedo, pois logo às nove horas, eu a Célia e o Ricardo, praticamos sessenta minutos de ténis.
Chegados a casa, estava a disputar-se a final do Open da Austrália, no início da noite, em Melbourne, princípio de dia chuvoso e frio em Alverca.
Há muito que gosto deste desporto, que apesar de parecer fácil, é extremamente exigente. Nomes como o sueco Bjorn Borg ou o americano Pete Sampras, fazem parte dos jogadores que gostava de ver jogar.
Mas voltemos à final. Roger Federer, o suíço actual número um mundial, defrontava o chileno Fernando Gonzalez. Federer venceu por três sets a zero, com naturalidade, demostrando, mas uma vez, ser o melhor do mundo e talvez o melhor de sempre.
Com apenas 25 anos já conquistou 10 títulos do Grand Slam , que corresponde aos torneios de Melbourne (Austrália), Roland Garros (França), Wimbledon (Inglaterra) e Flushing Meadows (Estados Unidos), os maiores torneios do ATP, estando a quatro de igualar o record de Sampras.
A sua classe é impressionante. A sua simplicidade e modéstia dentro do court, ultrapassa a normalidade. Dá gosto vê-lo jogar.
Roger Federer... the must.

Inqualificável

O central brasileira em acção Volta a estar na ordem do dia a possibilidade de outro jogador brasileiro, na circunstância Pepe, poder a vir jogar na selecção nacional de futebol, depois de Deco.
Se muita polémica gerou na altura, a utilização, do então jogador do FC Porto, que agora actua com a camisola do Barcelona, a possibilidade do defesa central dos azuis-e-brancos, vestir a camisola das quinas, volta a trazer à berra a "justiça" destas opções, até porque há outros candidatos nas mesmas condições, como por exemplo o sportinguista Liedson.
É verdade que por esse Mundo fora, esta situação já se tornou recorrente. Em Portugal, já aconteceu noutras modalidades, sem qualquer confusão, sendo o caso mais flagrante o do atleta Francis Obikwelu. Já ganhou várias medalhas e detém o record da Europa dos 100 metros, tudo de vermelho e verde vestido.
Aquando da utilização de Deco, fui dos que estiveram de acordo que ele representasse a selecção de todos os nós, tendo tido uma postura digna, até ao momento.
No caso de Pepe, a minha posição mantêm-se. Se está disponível e tem qualidade, por mim tudo bem. No entanto, apesar da sua reconhecida mais-valia, não pode ter atitudes inqualificáveis como as de anteontem em Leiria, onde depois de passar ao lado do cartão vermelho, terminou a sua actuação vergonhosa, cuspindo num apanha-bolas.
Assim não. Por mim, já não vestia a camisola lusa.

sexta-feira, 26 de janeiro de 2007

Memória curta

O horizonte da desilusão Sou de fronteiras amplas e horizontes profundos. Nos projectos em que me envolvo, dou o que tenho e o que não tenho.
Muitos dissabores têm-me custado esta minha postura. No entanto, a seguir a uma “chapada”, levanto-me, olho em frente e promessas internas de não cair na mesma atitude.
Mas o tempo vai passando, a memória torna-se curta e…

Voltei à Universidade. Não éramos muitos no primeiro ano, mas um grupo muito jovem, salvo raras excepções. Formámos um grupo coeso, mas…talvez demasiado dependente.
Hoje cheguei de mais uma frequência que correu bem, mas o sentimento é de tristeza e desilusão.
Por vezes, pior que uma má nota, é uma recepção fria como a noite, de alguns dos que tentei ajudar a serem melhores, mas provavelmente não queriam e eu não percebi.
Será que vou aprender algum dia?

Baby Can I Hold You

Ao longo dos anos, por um motivo ou outro, há temas musicais que ficam na nossa memória. Geralmente são espelhos de um qualquer acontecimento que nos marca definitivamente.
Este que hoje recordo, significa o início da minha relação com a Célia que dura há 18 anos.
De segunda a sexta, entre as sete e as oito, lá ía até à Rádio, fazer um espaço musical, onde, todos os dias, durante algumas semanas, o vinil da Tracy Chapman deu voz a este Baby Can I Hold You.

Como curiosidade, deixo a letra desta magnífica balada.

Sorry
Is all that you can say
Years gone by and still
Words don't come easily
Like sorry like sorry

Forgive me
Is all that you can't say
Years gone by and still
Words don't come easily
Like forgive me forgive me

But you can say baby
Baby can I hold you tonight
Maybe if I told you the right words
At the right time you'd be mine

I love you
Is all that you can't say
Years gone by and still
Words don't come easily
Like I love you I love you

quinta-feira, 25 de janeiro de 2007

Os dois lados

Partiu há três anos
O Pantera negra Tenho as imagens na mente.
O último cartão amarelo.
O seu último sorriso, de criança.
A sua partida, brutal e dolorosa.
Miklos Fehér tinha 24 anos.

Hoje, Eusébio faz 65 anos.
Os dois lados da vida.
A tristeza e a alegria.

quarta-feira, 24 de janeiro de 2007

Fontes de informação

Pelo andar da carruagem, qualquer não trazem novidades Muito se tem falado, ultimamente, das fontes de informação dos jornalistas, quase sempre motivado pelo aparecimento de notícias que estão em segredo de justiça.
Desde o caso Casa Pia, passando pelo processo Apito Dourado, até ao famigerado Envelope 9, tudo apareceu escarrapachado nas páginas dos jornais, nos ecrãs de televisão e nas ondas da rádio.
Claramente, a preservação das fontes por parte dos jornalistas - já o disse aqui noutra ocasião - é fundamental para podermos ter novidades, consideradas de interesse público, que de outra forma ficariam sigilosas para sempre, para o contentamento de muitos, que, assim, ficariam incólumes.
Depois de há meses ter sido o jornal 24 horas, desta vez foi o site Sportugal a ser visitado pela Polícia Judiciária, que, segundo a advogada deste sítio desportivo, Drª. Catarina de Ávila, terão levado um computador portátil e copiado vários ficheiros informáticos.
O motivo desta apreensão ficou a dever-se ao facto de ter publicado durante algumas horas – não se percebe porque a retiraram – cópia do despacho onde Maria José Morgado determinava a reabertura do processo contra Pinto da Costa, referente a um encontro entre o FC Porto e o Estrela da Amadora, da época de 2003/2004, sobre o qual recaem indícios de corrupção.
Foi público e confirmado pelo Bastonário da Ordem dos Advogados, Dr. Rogério Alves, que este despacho foi enviado a uma dezena de advogados, interessados no processo. Então e só fazem buscas no órgão de comunicação social que publicou a notícia? Porque não as fazem nos escritórios e computadores desses advogados? Não estão eles também sujeitos ao dever de sigilo?
Qualquer dia novidades jornalísticas…só no Continente.

terça-feira, 23 de janeiro de 2007

Solidariedade

Temos todos unir os nossos esforços Em conversa com um amigo, ontem à noite, contava-me ele o que lhe tinha acontecido na sua ida ao médico, a Lisboa. Explicou-me com um misto de raiva e saudade.
Nos tempos que correm, em que cada um desconfia do vizinho do lado, é bom saber que ainda há solidariedade.
Trata-se de uma história real. Leia...

Estação da CP, em Entrecampos. São 11:30, vou com tempo...pois o comboio é só às 11:57.
Já a tinha visto ao longe. Pelo porte fisíco, pelos óculos grandes, fez-me lembrar a minha falecida mãe. Ao aproximar-me deu dois passos na minha direcção. Fixei-a. Antes mesmo de dizer fosse o que fosse, percebi que não era uma pedinte normal:
«Senhor, por favor...», o braço estendido, cinco cêntimos na cova da mão que pareciam querer desmentir-me: «Sou das Caldas da Raínha, vim ao médico».
Do saquito, daqueles de papel, que se dão nas lojas, sobressaiam dois ou três, daqueles envelopes dos exames radiologicos: «Fui assaltada no metro, levaram-me a carteira». Não tinha, de facto, a habitual bolsinha que todas as mulheres usam: «Podia-me ajudar com alguma coisa para eu comprar o bilhete para as Caldas?».
Eu sei quando se pede por "ofício" e quando se pede, envergonhado, por necessidade:
«Quanto custa o bilhete?», perguntei, olhando a mísera moeda de cobre de cinco cêntimos que tinha na concha da mão: «Oito euros e 60...». Eu questionei-a: «Mas... foi roubada? Disse à polícia?». Resposta triste e evergonhada: «Sim, mas não podem fazer nada...».
E lembrei-me de quando a minha mãe ainda era capaz de ir sozinha para o IPO. Podia ter acontecido com ela.
E aquela mulher não o podia adivinhar.
Com cinco cêntimos na mão, obra, concerteza, do "descargo de consciência" de alguém que tinha chegado antes de mim, a pobre mulher nunca mais arranjava o dinheiro para poder voltar a casa: «Venha comigo», disse-lhe. E fui à bilheteira onde lhe comprei o bilhete. Da nota de dez euros sobrou 1,40 euros, que lhe dei: «Vá tomar um cafezinho, ou um chá... acalme esses nervos. Tenha cuidado com a mala, na próxima vez. E... tenha uma boa viajem. Fica mesmo nas Caldas? De lá não precisa ir para outro lado? Precisa de mais dinheiro?»
Não sei. Ela virou-me as costas para esconder o que era imposível esconder. Chorava.
Não fui capaz de ficar.
Virei-me, também eu e fui tirar o meu bilhete na máquina. Acendi um cigarro e subi a escadaria.
Se fosse a minha mãe, gostaria que a tivessem ajudado.
E eu não fiquei mais pobre.
Não sou de dar "esmolas" mas senti uma estranha calma interior.
Espero que a senhora tenha chegado bem a casa. E que consiga perceber que...não me ficou a dever nada.


Depois de ouvir a história, não resisti a partilhá-la com todos. Talvez porque ontem, umas horas antes, no supermercado, um homem recusou dar o seu lugar na fila, a uma senhora, que lhe pediu a vez, porque tinha deixado as duas filhas pequenas no carro, só para pagar três caixas de croquetes.
Porque deixámos de ser solidários?

segunda-feira, 22 de janeiro de 2007

Que frio

Será que vai nevar de novo em Lisboa? Hoje de manhã ouvi na rádio um meteorologista alertando para as descidas de temperatura, nomeadamente as mínimas, a partir de amanhã, piorando lá para quinta-feira, podendo atingir na zona de Lisboa os zero graus. Atenção. Vamos agasalhar-nos.

A nossa vida é feita de histórias, mais ou menos agradáveis e a perspectiva de temperaturas muito baixas, fez-me recordar uma que se passou comigo.
Durante alguns anos, devido a minha actividade profissional, andei por esse País fora. Na altura estava em Nelas, ali nas faldas da serra da Estrela, em pleno Inverno, com o termómetro em baixa. No fim-de-semana, como era habitual, fui até casa, matar saudades da família, mas optei por deixar o automóvel por lá e desloquei-me de comboio, no Intercidades.
No domingo à noite, de regresso, quando me preparava para uma noite de descanso, verifiquei, ao desfazer a mala, que não tinha pijama. Fiquei em pânico, pois o frio era intenso, complementado por um quarto com um aquecimento ineficiente, ou seja, não servia para nada.
Foi a única vez que dormi vestido, debaixo dos cobertores.

domingo, 21 de janeiro de 2007

Não quero fazer outra coisa

Uma imagem da Feira do Relógio, em Lisboa O desafio, desta vez lançado pelo Professor Joaquim Vieira, constava em procurar o lado humano de um vendedor ambulante. E lá fui eu...

Manhã cedo em Alverca, começa a montagem da feira semanal. Ás oito e trinta, já muitas bancadas estão a aguardar pelos fregueses. Quinze minutos depois chega Zé Pedro, Olga Maria e os seus três filhos. O dia de trabalho começa agora.
A montagem da banca inicia-se de imediato, no lugar sessenta e dois, com a ajuda do Costa, companheiro de todos os dias, do Rui, que costuma aparecer por ali, juntamente com os filhos. O sol está envergonhado, pelo que a temperatura fria de uma manhã de Inverno, promove uma instalação rápida.
A preocupação com a imagem não existe. Casacos e casaquinhos, calças, saias, blusas e camisas, são o expoente da oferta, numa mistura de cores e feitios: “Malhas a 5 € e o resto a 10 €”, grita o Zé Pedro, mastigando a sua inseparável pastilha elástica. Os primeiros clientes vão surgindo, simultaneamente com os primeiros pregões: “Tudo a 3 €”, esganiça-se ao lado: “Quatro cuecas a 1 €”, grita-se em frente, numa ladainha que se repete manhã fora.
Alguns, mais retardatários, só chegam perto das dez da manhã. Rapidamente aparece alguém, como é habitual, a troco de alguns euros, para montar o local da exposição. Em poucos minutos, a oferta aumenta para os muitos que vão percorrendo a feira.
A Olga e o Zé não têm mãos a medir, com muita clientela. Apesar das dificuldades habituais da ressaca do Natal, o negócio parece correr bem. Mas logo chegam as queixas: “Os chineses dão-nos cabo de negócio”, referência aos preços praticados pelas lojas exploradas pelos asiáticos, em locais privilegiados.
O frenesim aumenta. No ar misturam-se os cheiros a suor e perfume, que se confundem, na passagem apressada dos visitantes. Procura-se seduzi-los, num marketing explicativo: “Foi tudo roubado esta noite” ou apelativo: “Compre lá que ainda não paguei a farinha das filhós natalícias”.
Várias horas de pé vão trazendo cansaço. O Rui, de sete anos, só com a estreia escolar em Setembro, há muito que está brincar com os amigos habituais. O Pedro e o João, que de semana andam de volta dos livros, vão ajudando, aqui e acolá: “Se eles quiserem seguir neste negócio, eu gostava, mas vou deixá-los escolher”, refere o pai, acrescentando: “Esta é a minha vida” e sem se deter continuou: “Comecei com dezassete anos, gosto da feira e não quero fazer outra coisa”, rematou de forma convicta.
As treze horas chegaram. Os locais de venda começam a ser desmontados. O Costa vai dobrando as peças de roupa que vão esperar outros dias para serem vendidas, num circuito que começa ao sábado em Alverca e termina na sexta na Nazaré, passando, com um dia de descanso à quarta, pela feira do Relógio, Odivelas, Vila Franca de Xira e a inevitável Malveira.
O Zé Pedro vai trocando algumas palavras com os seus amigos, ciganos como ele, poucas vezes respeitados, quase sempre maltratados. A carrinha volta a estar atulhada de regresso ao Sobralinho, localidade de residência.
Amanhã o dia vai nascer com um novo horizonte. O Zé Pedro e a Olga Maria vão lá estar, para fazerem o que lhes dá mais prazer.


Gostei da história que escrevi, com um título que também serve para mim.
Vamos ver se o Prof também gosta.

sábado, 20 de janeiro de 2007

Monumental

Tenho vindo a revelar, ao longo das postagens muito dos meus gostos pessoais. Um deles, é por telemóveis. Desde que comprei o primeiro, por volta de 1994/1995, já adquiri uma dezena e meia deles. Inicialmente, de marcas diversas, mas depois de comprar um Nokia nunca mais outro.
Ultimamente refreei o meu entusiasmo consumista, mas agora deparei-me com mais um monumento da marca finlandesa. Veja...

Não sei se o vou comprar, mas que o N95 é lindo, lá isso é. E como diria um amigo meu "até dá para telefonar".
Preve-se a sua chegada a Portugal para o primeiro trimestre deste ano a preço ainda desconhecido.

sexta-feira, 19 de janeiro de 2007

Rádio 2000

A bandeira da 2000 Logo no início desta aventura bloguista, fiz uma pequena referência a ela. Depois, por força do trágico desaparecimento da nossa Leonor, emergiu de dentro de nós, os que a ajudaram a crescer, os que fizeram dela uma adolescente, para depois ser covardemente assassinada pelas costas, uma enorme vontade de nos reencontrarmos.
Através da Internet, temos vindo, paulatinamente, a recuperar o nosso espírito e camaradagem que existia na nossa saudosa Rádio 2000.
Em Abril de 1989, apesar de já correrem rumores, saiu uma notícia no jornal O Diário (já desaparecido) que confirmava os nossos receios. Tinhamos sido afastados.
Nessa altura estava em curso uma formação do Cenjor, nos estúdios da Rádio, onde vários de nós participavamos, sendo que nesse distante dia vinte e quatro decorria um simulador noticioso. Mantivemos a galhardia e o profissionalismo, na altura elogiado pelo Adelino Gomes e restantes colegas formadores. Fizemos o melhor que sabiamos.
Hoje, vou recuperar um texto que escrevi nessa data e que a Elsa Furtado leu com tristeza, durante um noticiário da referida formação:

"Não foi ainda publicado no Diário da República, mas O Diário de hoje notícia que as duas frequências disponíveis no nosso concelho foram atribuídas às rádios Lezíria e Ateneu de Vila Franca de Xira.
Num processo marcado por graves atropelos e irregularidades, a exclusão da Rádio 2000, com todo o cheiro a manobra política, é uma forte machadada no desejo de todos os habitantes do concelho, que esperavam ansiosamente o regresso desta Rádio que lhes era tão querida.
E as dezenas de jovens colaboradores da Rádio 2000 vêm-se, mais uma vez, impedidos de fazerem de borla aquilo que gostam.
QUE RAIO DE PAÍS ESTE!"

Foi uma grande canalhice.

quinta-feira, 18 de janeiro de 2007

Mundo virtual

As crianças, a solidão e a fome Já por várias vezes aqui falei delas, das crianças. Hoje, aproveitando um mail recebido, deixo-vos uma história ficcionada, mas que ultrapassa, infelizmente, a realidade. É extensa, mas leiam-na até ao fim.

Entrei apressado e com muita fome no restaurante. Escolhi uma mesa bem afastada do movimento, porque queria aproveitar os poucos minutos que dispunha naquele dia, para comer e acertar alguns bugs de programação num sistema que estava a desenvolver, além de planear a minha viagem de férias, coisa que há tempos que não sei o que são.
Pedi um filete de salmão com alcaparras em manteiga, uma salada e um sumo de laranja, afinal de contas fome é fome, mas regime é regime não é? Abri o meu portátil e apanhei um susto com aquela voz baixinha atrás de mim:
- Senhor, não tem umas moedinhas?
- Não tenho, menino.
- Só uma moedinha para comprar um pão.
- Está bem, eu compro um.
Para variar, a minha caixa de entrada está cheia de e-mail. Fico distraído a ver poesias, as formatações lindas, rindo com as piadas malucas. Ah! Essa música leva-me até Londres e às boas lembranças de tempos áureos.
- Senhor, peça para colocar margarina e queijo.
Percebo nessa altura que o menino tinha ficado ali.
- Ok. Vou pedir, mas depois deixas-me trabalhar, estou muito ocupado, está
bem?
Chega a minha refeição e com ela o meu mau-estar. Faço o pedido do menino e o empregado pergunta-me se quero que mande o menino ir embora. O peso na consciência, impedem-me de o dizer. Digo que está tudo bem. Deixe-o ficar. Que traga o pão e mais uma refeição decente para ele. Então sentou-se à minha frente e perguntou:
- Senhor, o que está fazer?
- Estou a ler uns e-mail's.
- O que são e-mail's?
- São mensagens electrónicas mandadas por pessoas. É como se fosse uma carta, só que via Internet (sabia que ele não ia entender nada, mas pensei que seria uma forma de evitar uma quantidade de perguntas)
- Senhor, você tem Internet?
- Tenho sim, essencial no mundo de hoje.
- O que é Internet ?
- É um local no computador, onde podemos ver e ouvir muitas coisas, notícias, músicas, conhecer pessoas, ler, escrever, sonhar, trabalhar, aprender. Tem de tudo no mundo virtual.
- E o que é virtual?
Resolvo dar uma explicação simplificada, sabendo com certeza que ele pouco
vai entender e deixar-me-ia almoçar, sem culpas.
- Virtual é um local que imaginamos, algo que não podemos tocar, apanhar,
pegar... é lá que criamos um monte de coisas que gostaríamos de fazer. Criamos as nossas fantasias, transformamos o mundo em quase como queríamos que fosse.
- Que bom isso. Gostei!
- Menino, entendeste o significado da palavra virtual?
- Sim, também vivo nesse mundo virtual.
- Tens computador? - Exclamo eu!
- Não, mas o meu mundo também é vivido dessa maneira...virtual. A minha mãe fica todo dia fora, chega muito tarde, quase não a vejo, enquanto eu fico a cuidar do meu irmão pequeno que vive a chorar de fome e eu dou-lhe água para ele pensar que é sopa. A minha irmã mais velha sai todo dia também, diz que vai vender o corpo, mas não entendo, porque ela volta sempre com o corpo. O meu pai está na cadeia há muito tempo, mas imagino sempre a nossa família toda junta em casa, muita comida, muitos
brinquedos de natal e eu a estudar na escola para vir a ser um médico um dia.
Isto é virtual não é senhor?
Fechei o portátil, mas não fui a tempo de impedir que as lágrimas caíssem
sobre o teclado. Esperei que o menino acabasse de, literalmente, devorar o prato dele, paguei e dei-lhe o troco, que me retribuiu com um dos mais belos e sinceros sorrisos que já recebi na vida e com um: "Brigado senhor, você é muito simpático".
Ali, naquele instante, tive a maior prova do "virtualismo" insensato em que vivemos todos os dias, enquanto a realidade cruel nos rodeia de verdade e fazemos de conta que não percebemos
.

Não lhe peço que reenvie esta história a vinte amigos. Apenas lhe peço que a leia e reflicta sobre ela.

quarta-feira, 17 de janeiro de 2007

Três meses

A entrada principal da UnI Apesar dos defeitos que tenho não sou mentiroso. Vem isto a propósito de ontem ter aqui escrito que não falava mais, para depois ter voltado a postar, mas foi por obrigação académica, na sequência de um trabalho universitário. Coisas do Professor Bruno Júlio.
Aproveitando a deixa e três meses após a minha introdução na blogosfera, penso que ainda não contei como fui parar à Universidade Independente, numa altura em que os cabelos brancos já eram mais que os outros.
Tudo começou numa brincadeira com a minha filha Cláudia. Ela ia fazer alguns exames do 12º ano para melhorar notas e andava um pouco desanimada. Para a espicaçar disse-lhe que ia fazer Português e História, para ver quem tirava a melhor nota.
Comprei os livros e guardei-os bem guardados, para não se estragarem. Ela fez as nossas inscrições, mas aí, para mim, já só em Português, pois os “calhamaços” históricos eram demais para as minhas meninges.
Lá fui fazer o exame, praticamente só lendo os Maias e pouco mais. Mesmo assim…dez.
E agora, o que faço com isto? E a resposta está à vista. Meio curso praticamente concluído (passou de quatro para três anos por causa do Bolonha) e uma enorme vontade de continuar a estudar.
Talvez um mestrado, quem sabe?

terça-feira, 16 de janeiro de 2007

Um golo... ao gordo da contabilidade

Mais um momento brilhante do Gato Fedorento.
A confirmação de uma forma inteligente de fazer humor.

Desilusão

O verdadeiro beco sem saída A manhã nasceu hesitante entre o sono e a tristeza. Nem o banho me reconfortou o espírito. A rotina normal, hoje manchada de nevoeiro, conduz-me até ao local de trabalho.
Acho que o desconforto da frustração, leva-me, por vezes, até ao final da rua da minha desilusão. É uma rua sem saída.
O meu anjo da guarda chega, deixando uma mensagem de ânimo.
Que me falta às vezes.
Hoje não quero dizer mais nada.

segunda-feira, 15 de janeiro de 2007

Bicharada

Desde que vivo na minha casa, sempre me recordo de ter bichos a fazerem-me companhia. Em tempos tive piriquitos e um hamster. Actualmente a frota é composta por três animais: uma caturra, um coelho e um esquilo. Vou falar um bocadinho deles.

Tintim Tintim, a caturra foi o primeiro a chegar, há mais de quatorze anos, vindo de Santa Cruz. Apesar do nome, é uma fêmea e muito senhora do seu nariz, perdão, do seu bico, não dando grandes confianças. Mantêm um bom relacionamento com os vizinhos, que passam por perto, oferecendo, a alguns, umas assobiadelas. A mim, nem pó. Já teve uma aventura com o gato de uma vizinha. Este atacou-o dentro da gaiola, tombou-a, ferrando-lhe umas valentes arranhadelas, que quase lhe iam levando uma asa, mas sobreviveu, tendo-a recuperado pelos seus próprios meios.

Bunny Depois, há cerca de dois anos, chegou o Bunny, que, como se depreende da originalidade do nome, é um coelho. É meigo, apesar das dentadas que me dá, de vez em quanto. Gosta de passear pela casa e virar os tapetes. Mas do que ele gosta mais é de fios, eléctricos e não só. Que o diga o cabo do carregador do telemóvel do Ricardo.
Tem tido algumas problemas de saúde. Primeiro com o pêlo, mas que a Célia recuperou com grande devoção, mais tarde, ficou cego de uma vista, mas continua animado e brincalhão.

Fly, the second O último a chegar foi o Fly, the second. O esquilo é um animal desconfiado, parece sempre "stressado", como gosta de dizer a minha "lindona". Adora avelãs, que come com grande destreza. A razão do nome, é a parte mais engraçada desta história.
Quando o fui comprar, levei uma gaiola e assim que o dono da loja o colocou lá dentro, ele fugiu de imediato, porque as grades da dita eram muito largas. Fugiu porta fora, subiu para cima de uma árvore, ainda andamos a tentar apanhá-lo, mas a missão tornou-se impossível, apesar da ajuda e bom vontade dos que por ali passavam na altura. Este seria o Fly, the first.

Dão algum trabalho, mas fazem-nos companhia. Gostamos deles. É a nossa bicharada e já fazem parte da família.

domingo, 14 de janeiro de 2007

Domingos de "bola"

Tenho saudades do futebol às três da tarde. Lembram-se concerteza das romarias, aos domingos para ir à "bola". Cestos com farnel, garrafões e principalmente os “catraios” de mãos dadas com os pais, alindavam as tardes que antecediam os jogos de futebol.
São tempos distantes, que nos deixam saudades, para os que gostam deste desporto espectacular.
Para recuperarmos o orgulho pela modalidade, deixo um conjunto com dez dos melhores golos, marcados na Premier League britânica.
A qualidade do vídeo não é a melhor mas os golos são fabulosos.

sábado, 13 de janeiro de 2007

Bom exemplo

Volto ao assunto. É habitual dizermos, que o futuro é das crianças. Veja os exemplos que não devemos dar.

Esta campanha intitulada: Children see, children do. Make your influence positive, (As crianças vêm, as crianças fazem. Utilize a sua influência de forma positiva), é uma excelente iniciativa da organização não governamental australiana, Amigos da criança, que deveria passar na televisão portuguesa.
Aproveite o que de mau é transmitido neste pequeno filme, mostrando às crianças o que precisam de fazer para mudar este nosso mundo.

sexta-feira, 12 de janeiro de 2007

Na Suécia, por exemplo

Podia ser num parque de estacionamento como este Conforme prometi ontem, deixo aqui uma história reveladora das diferenças de comportamento e mentalidade dos portugueses em relação a outros povos.

José, técnico informático, foi trabalhar seis meses para a Suécia. Ficou instalado num hotel, nos subúrbios de Estocolmo, a cerca de cinquenta quilómetros do local da fábrica.
Todos os dias, Ralf, alemão de nascimento, mas sueco por adopção, seu colega de trabalho, passava no hotel e transportava José. Chegavam cerca de trinta minutos antes da hora de entrada e estacionavam o automóvel no extremo oposto à fabrica, apesar do parque de estacionamento se encontrar praticamente deserto. José estranhou, mas não comentou.
Os dias foram-se passando, e a cena repetia-se, até que um dia ele perguntou a Ralf: “Se o parque está vazio, porque não estacionamos mais perto da entrada?”. Ele sorriu e explicou: “Nós chegamos cedo, temos tempo para ir a pé, sem chegarmos atrasados. Os lugares mais perto da fábrica ficam para os nossos colegas que, por qualquer motivo, só podem chegar em cima da hora”.


É claro que se trata de uma questão de educação. Mas também é evidente que temos que ser nós a fazer algo, começando por incutir este espírito nas nossas crianças, dando nós o exemplo.

quinta-feira, 11 de janeiro de 2007

Pelo menos um

Descontando as dimensões do local da foto, é mais ou menos como descrito no texto Confesso que me irrita. Todo o que diga respeito à falta de civismo, deixa-me com os nervos em franja. O egoísmo e a falta de educação dos portugueses chega a ser desesperante.
O Ricardo já me diz: “Só falta colocarem os automóveis dentro da escola, não é pai?”.
Eu explico. O estabelecimento de ensino que frequenta o meu filho, tem duas vastas zonas de estacionamento. Mas mesmo assim, não chega. E não chega porque? Simplesmente, porque, faça chuva ou faça sol, os pais e mães dos meninos, têm que, forçosamente, colocar os meios de transporte, leia-se automóveis, a pelo menos dez centímetros do portão da Escola, não vá o menino ou menina perderem-se.
Claro que quando toca a campainha e a rapaziada começa a sair, é o caos, com toda a gente a querer ser o primeiro a partir.
Já experimentaram a estacionar os carros nos locais marcados, para ver o que acontece? Vá lá, façam um esforço. O respeito pelo próximo é tão bonito.
Amanhã, vou contar uma história sobre o respeito pelo nosso semelhante, bem indicadora da mentalidade de outros países.
Mas vou continuar a escrever sobre este tema. Pode ser que de entre todos, os que têm a paciência de ler o meu blog, algum seja um dos muitos prevaricadores e mude de atitude. Um já era bom.

quarta-feira, 10 de janeiro de 2007

Um belo olhar

A minha Célia Estou em perfeita sintonia com o branco e azul, não o do Dragão, mas o do Ouriço. É que estes dias, tristes e cinzentos, deixam-nos assim...vazios. Nestas alturas, uma boa solução é recordar-nos de coisas alegres.
Vou buscar um excerto de um texto que escrevi há algum tempo, onde revivo um momento importante da minha vida.

Era uma sexta-feira à tarde, do mês de Setembro e os “alunos” previamente inscritos compareceram cedo no local. O entusiasmo era grande, também muito devido à juventude assinalável da maioria dos participantes. Salvo raras excepções, onde eu me incluía, tratavam-se de “teens”, ávidos de conhecimentos, mas carregados de irreverência. Um dos muros que rodeavam as instalações era o alvo privilegiado das brincadeiras, onde o Pinto, rapaz de muitos quilos e centímetros, ia colocando as moças, à vez, em cima do tal muro, que apesar de não ser o das lamentações, não deixava de não provocar reclamações das visadas. A Célia foi uma das escolhidas. Morena, com a cor agravada por muitas horas de sol no verão recente, uma mini-saia branca deixava ver umas pernas que faziam virar para elas os olhares masculinos. Os meus não fugiram à regra. Num impulso, dirigi-me a ela e ajudei-a a descer daquele alpendre improvisado. Cruzaram-se os olhares, os sorrisos e os agradecimentos. Não era um crente nos amores instantâneos, mas algo bateu cá bem fundo. Foi o primeiro dia do resto da minha vida.

É assim que vou ultrapassando estes dias, ancorado à sombra do teu belo olhar, decorado com um belo sorriso.
Um belo olhar da Célia.

terça-feira, 9 de janeiro de 2007

Irresponsabilidade

Uma caricatura de Miguel Sousa Tavares, retirado de acuso.blogspot.com Como leitor assíduo do jornal A Bola, todas as terças-feiras leio a crónica de Miguel Sousa Tavares. Confesso que tenho feito um esforço para não escrever nada, com inspiração nos seus textos, pois acho, que desta forma, é a melhor homenagem que lhe posso prestar.
Mas algum dia a resistência tombaria. Não motivado pelo texto de hoje, mas pelo arrastar de alarvidades que tem vindo a escrever.
Dizem que é um grande escritor. Não posso julgar, pois não li nenhum dos seus livros, apesar de já ter corrido pelos jornais e pela Net que um deles poderia ser plágio.
Referem-no como jornalista. Talvez, mas nunca leu o Código Deontológico da classe.
Para mim o seu grande problema é quando escreve sobre futebol, nomeadamente sobre o FC Porto, transforma-se e ultrapassa a barreira do razoável. Claro que eu sei, que é na condição de adepto dos azuis-e-brancos que faz essas crónicas. O problema é que quem as lê, facilmente se deixa levar pelos argumentos de MST.
A sua responsabilidade, até por acumular a função do comentador televisivo, ultrapassa a do cidadão comum. Posso, mesmo, chamar-lhe de irresponsabilidade, quando escreve a "Nortada".
Quando escreve n'a Bola, devia tentar ser pedagógico, defendendo as suas ideias, mas sem demagogia. Principalmente deixar a justiça decidir, como no caso do "Apito Dourado". Se está tão convicto da inocência dos seus pares, porque continua, semana a semana a falar do mesmo assunto? Hoje até compreendo. Foi uma forma de não referir a humilhante derrota com o Atlético.
Para terminar, não consigo perceber uma coisa. MST reconhece que houve alguns contactos com árbitros (que estão nas escutas telefónicas, senão, claro que negaria), referindo que qual seria o interesse dos portistas, em jogos fáceis, tentar "comprar" o juiz? O problema senhor MST, e o senhor sabe tão bem como eu, quem é subornado uma vez, fica, como se diz na gíria popular "com o rabo preso".
Termino com uma pergunta. Será que esses árbitros nunca mais apitaram nenhum jogo do FC Porto?

segunda-feira, 8 de janeiro de 2007

Recordações

A festa após a vitória sobre o FC Porto por 2-1, em Junho de 2004 Por vezes a procura de um tema, para motivar o meu post diário, torna-se numa árdua tarefa. Um blog é por definição, digamos assim, uma especie de diário pessoal, por isso, além de poder e dever ter actualidade, tem que traduzir as nossas sensações da altura.
Quando me deslocava para uma consulta de rotina, liguei o rádio do autómóvel, deparando com um tema dos Queen. Fiquei atento, pois sou fã do grupo, apesar de achar que depois da morte de Freddie Mercury, a banda terminou.
Há músicas que associamos a momentos, quase sempre recordações agradáveis. Este conjunto britânico e o seu tema "We are the Champions", vai para mim, ficar sempre ligado à conquista do Campeonato Nacional de Hóquei em Patins, na categoria de Infantis A, que o Ricardo ajudou a ganhar, na altura ao serviço do Sporting.
Hoje apetece-me voltar a ouvi-lo.

domingo, 7 de janeiro de 2007

Envergonhados

A imagem do desespero Domingo de futebol com Taça de Portugal, com jogos a horas normais, sem transmissões televisivas, é uma coisa de saudar.
De tempos a tempos, os três grandes do nosso cantinho, põem-se a jeito e deixam os seus adeptos, muito perto de um colapso cardíaco.
Quem não se recorda dos "recentes" tomba-gigantes Gondomar, para as bandas da Luz, os figueirenses da Naval, em divisão inferior, a arrancarem assobios em Alvalade, ou um irrequieto Torreense, em época de Carnaval a pregar uma partida, no desaparecido estádio das Antas?
Hoje, o Atlético Clube de Portugal, prestigiada colectividade de Alcântara, um dos bairros típicos de Lisboa, contrariou a máxima de que a história nunca se repete. Sessenta anos depois voltou a eliminar o F.C. Porto, numa eliminatória da Taça portuguesa.
No final do encontro o treinador azul-e-branco, Jesualdo Ferreira confessou que estava envergonhado com o resultado.
O que ele não disse, era que se não ficaria ainda mais envergonhado, caso Quaresma, tivesse transformado o "penalty" que poderia, mais tarde, causado a eliminação dos lisboetas.
Paulo Pereira, foi o árbitro do jogo. Ele não teve vergonha de marcar o castigo máximo.
Eu tenho vergonha do nosso futebol.

sábado, 6 de janeiro de 2007

Nostalgia

os gloriosos relatos...à molhada Nesta fase final do semestre escolar universitário, aumenta a quantidade de horas necessárias para levar esta aventura a sério. Por isso, o tempo para sair de casa, no fim-de-semana, fica restrito ao indispensável. Televisão quase nada, uma vista de olhos pelo diário desportivo do costume e rádio, que normalmente oiço no carro, nada.
Bem, deixem-me corrigir. Hoje, como jogava o meu Benfica para a Taça de Portugal, com o Oliveira do Bairro e não dava na televisão (coisa rara), liguei a telefonia - é assim que eu gosto de lhe chamar - para acompanhar a marcha do marcador.
O meu amor pela rádio volta à superfície quando oiço um relato de futebol. Chega-me uma nostalgia...sempre foram quase vinte anos a gritar golos, a dizer disparates, a fazer o que mais gosto.
Volto à terra. Talvez por defeito profissional, entenda-se da comunicação, estou sempre muito atento. No final de uma jogada, descrevia o repórter de "pista" que o guarda-redes, depois de uma defesa, tinha se deixado cair para ganhar tempo. Pois é...já foi assim...agora o goleiro, como dizem os brasileiros, só tem seis segundos para se livrar da "redondinha".
São lugares comuns, compreensíveis, mas que têm que ser actualizados, por outros.

sexta-feira, 5 de janeiro de 2007

Em português

o lance da polémica Numa altura em que tanto se fala da profissionalização da arbitragem no futebol português, não resisto a deixar aqui um texto que circula na Net há já algum tempo. Hipoteticamente, será um excerto do relatório do árbitro Carlos Xistra, aquando da recepção do Benfica ao Estrela da Amadora. Em causa a amostragem de um cartão amarelo a Miccoli, jogador dos encarnados:

O jogador da equipa visitada, Micolli, desmandou-se em velocidade tentando desobstruir-se no intuito de desfeitear o guarda-redes visitante. Um adversário à ilharga procurou desisolá-lo, desacelerando-o com auxílio à utilização indevida dos membros superiores, o que conseguiu. O jogador Micolli procurou destravar-se
com recurso a movimentos tendentes à prosecução de uma situação de desaperto mas o adversário não o desagarrava. Quando finalmente atingiu o desimpedimento desenlargando-se, destemperou-se e tentou tirar desforço, amandando-lhe o membro superior direito à zona do externo, felizmente desacertando-lhe. Derivado a esta atitude, demonstrei-lhe a cartolina correspectiva.


Confesso que tenho sérias dúvidas sobre a veracidade desta verdadeira pérola linguística.
Mas a ser real, é urgente, antes da profissionalização, que já se vislumbra no horizonte, dar umas aulas de português aos árbitros. E muitas.

quinta-feira, 4 de janeiro de 2007

Vergonha

Fernando Correia na apresentação do novo jornal Ontem à noite fui surpreendido com a notícia do despedimento do Fernando Correia da TSF, resultando dessa decisão, o fim da Bancada Central, um dos programas mais ouvidos da rádio portuguesa. Motivo argumentado por José Fragoso, director da estação, o facto dele ter assumido a direcção do "Diário Desportivo", o primeiro jornal grátis da temática a aparecer nas bancas amanhã.
Já tinha previsto escrever um post sobre o lançamento deste jornal. Nunca pensei foi que, em vez de estar aqui a desejar felicidades ao Fernando, tivesse que mostrar a minha indignação por esta enorme falta de respeito. Após cinquenta anos, sempre na rádio, além de outas actividades, ser despedido, por incompatibilidade do novo cargo, com a função na estação radiofónica, cheira a vingança.
Talvez a Controlinveste, detentora da TSF e também do jornal desportivo O Jogo, tenha ficado com medo desta nova concorrência na sua área.
Seria mais fácil introduzir qualidade no referido jornal, para não ter medo da concorrência.
Força Fernando, eu vou ler o teu "Diário Desportivo".

quarta-feira, 3 de janeiro de 2007

Figos e Ronaldos

As pernas que duram pouco O futebol português começa o ano como o acabou. Mal.
Os árbitros estão zangados com a Federação, porque não quer pagar as portagens das deslocações e só aumentou o valor do quilómetro em dois cêntimos.
Os jogadores de futebol profissional, também estão "danados", segundo o presidente do Sindicato, Joaquim Evangelista pois o governo, perto do fim que está o período de transição, quer colocá-los no regime igual ao comum dos portugueses (que já não são muitos).
Sempre tive esta opinião, por isso para mim, acho que os futebolistas devem ter um regime de excepção. Senão vejamos: trata-se de uma profissão que dura, a correr tudo bem, quinze anos; a média de vencimentos é superior à maioria das profissões, mas tratando-se de uma de desgate rápido, depressa termina, enquanto, outras também bem renumeradas, têm uma vida, geralmente até à reforma, que ainda querem que seja mais tarde.
Depois, tenho a consciência que apenas uma pequena minoria, termina a carreira com a sua situação financeira estável para o resto da caminhada. Já para não falar nos que auferindo vencimentos dentro do "normal", são apanhados pelos diversos clubes e dirigentes que raramente pagam os vencimentos dos seus atletas.
Não se esqueçam que Figos e Ronaldos há poucos.

terça-feira, 2 de janeiro de 2007

Civismo e educação

As crianças que podem mudar a actual situação Nunca comecei a escrever um post sem ter um tema para sobre ele opinar. Acho que tem a ver com a minha organização mental. Normalmente, aproveito a corrente noticiosa actual, para ganhar a inspiração necessária.
Hoje, sem futebol, vergonhosamente parado quase um mês, podia-me socorrer do discurso de ano novo do Presidente da Républica. Mas também por aí, as novidades foram...nenhumas.
Opto por aproveitar uma conversa da hora de almoço, com os meus amigos, Luis, José Manuel e Hélder. Na ressaca das festas, vieram à discussão os acidentes rodoviários.
Debatemos, discutimos, esgrimimos as nossas ideias, mas rapidamente concluímos que tudo passa pela educação. Essa mesmo, que tem que começar nos bancos da escola.
Quando conseguirmos que o civismo seja o principal motivo de orgulho dos portugueses, os acidentes nas estradas vão diminuir de forma drástica.
E em época de vacas magras, vamos poupar nas campanhas de segurança rodoviária.

segunda-feira, 1 de janeiro de 2007

Quatro endiabrados

Tio Jorge e o Tomás no Natal de 2006 No pontapé de saída do novo ano, aproveito para explicar a origem do nome do meu blog. Há quatro anos, frequentei um curso de Jornalismo Desportivo na Universidade Autónoma de Lisboa. Eu era, de longe, o mais velho. Para facilitar o relacionamento, comecei a dizer à rapaziada: "tratem-me por Tio Jorge". Aí ganhei uma boa dezena de sobrinhos (um beijo especial para a Maria João). Agora, no meu regresso ao estudos, utilizei a mesma formula e fiquei apelidado em definitivo. Mas só em Agosto deste ano, oficializei a minha alcunha. Chegou o Tomás, o meu verdadeiro sobrinho.
O Pedro e a Catarina Antes do Tio Jorge, chegaram os afilhados. Não aqueles de quem gostamos, no trabalho ou na vida, mas aqueles que os pais acham que podemos ser uma mais valia para eles. É assim que eu vejo a minha figura de padrinho, nesta altura, já a triplicar.
Primeiro chegou o Pedro. Nascido no continente, em Vila Franca de Xira, mas açoreano de gema. Sete anos de enorme energia e inteligência. Quatro mais tarde nasceu a Catarina, oferecendo os primeiros choros na Horta, transformando-se numa perfeita fotocópia da sua mãe, Isabel. Juntamente com o Emanuel, pai e marido desta família, vivem à sombra da mais bela montanha portuguesa, na lindíssima ilha do Pico, onde quero voltar em breve. Nessa altura somei mais uma afilhada.
A minha afilhada Rafaela
Pelo meio, os meus amigos Quim e Bela, foram pais. Em Vila Franca de Xira, há seis anos atrás nesceu a Rafaela. Nessa altura, fui padrinho pela segunda vez. Criada em Alverca, actualmente vive em Samora Correia. Uma verdadeira ribatejana. Difícil de gerir nos primeiros anos, vem paulatinamente ganhando competências que a transformam, nesta altura, numa linda menina.
Pedro, Rafaela, Catarina e Tomás, espero que possa estar perto de vocês sempre que precisem.