domingo, 29 de setembro de 2013

Após a fuga do Sol

Que enorme domingo desportivo para Portugal.
Rui Costa venceu a prova de estrada - 272 kms - dos Mundiais de ciclismo, conquistando a medalha de ouro e a camisola arco-íris.
Na última volta do circuito em Florença, Itália, um quinteto destacou-se na frente - Costa, Rodriguez, Nibali, Valverde e Uran - que ficou reduzido a quarteto devido a uma aparatosa queda do columbiano.
Purito Rodriguez foi sempre o mais inconformado, mas o português foi taticamente perfeito, atacando nos últimos 1.000 metros, alcançando o espanhol, e num final emocionante, bateu-o ao sprint, ficando o último lugar do pódium para Alejandro Valverde, outro espanhol.
Os outros dois portugueses presentes, Tiago Machado foi o 36º e André Cardoso não terminou.
Sem dúvida o maior feito de sempre do ciclismo luso.
Extraordinário!

Já esta manhã tivemos outra grande vitória!
João Sousa venceu o francês Julien Benneteau, conquistando o Open da Malásia, tornando-se no primeiro português a vencer uma prova do ATP World Tour.
Ainda enfrentou um match point no segundo set, mas acabou por derrotar o gaulês, 33º mundial, com os parciais de 2/6, 7/5 e 6/4, em duas horas e dezoito minutos.
Com esta vitória, João Sousa vai alcançar o melhor lugar de sempre no ranking - era o 77º à entrada desta semana - ultrapassando o 59º posto de Rui Machado em outubro de 2011.

Vamos ao lado negro deste domingo.
Mais uma vez os portugueses mostraram ter uma enorme falta de responsabilidade.
As projeções prevêem entre 38% e 43% de abstenção.
Mesmo com a desculpa que os cadernos eleitorais estão desatualizados, que nas autárquicas este nível de abstenção é normal, os portugueses tem a política que merecem.
Como escrevi hoje de manhã, depois não se queixem!

Quando tivermos resultados a nível nacional, atualizarei este post, se ainda for possível compatibilizar esses números com o meu descanso.

2 comentários:

Mandrake disse...

Embora à "vista desarmada" me tivesse parecido haver mais gente a votar, apesar da chuva, na mesa eleitoral onde fui colocado como presidente - Escola Miguel Torga (Massamá), 10ª secção de voto - apenas votaram 274 pessoas, o que, feitas as contas, implica uma abstenção de 80,1 %!

Curioso foi que, assim a olho nu, a maioria de eleitores que passaram pela minha mesa eram jovens e luso-africanos. Como achei curioso, fui "investigar" e havia uma razão lógica: a minha secção abrangia recenseados mais recentes.

Uma breve nota: boa parte das pessoas não sabia porque razão tinham três boletins de voto nem sabiam dobrar os boletins em quatro - vi cada "origami" - pelo que, no futuro, em especial a televisão, devia explicar, com grande destaque, estes procedimentos.

No entanto, as pessoas que vieram votar pareceram-me felizes por ali estarem, e a maioria estava particularmente faladora, o que - após consultar os meus "veteranos" colegas de mesa - não é muito comum. Claro que as conversas eram banais pois qualquer tema político, por lei, era expressamente proibido nas imediações dos locais de voto.

Quanto aos resultados, convém frisar que Alberto João Jardim já veio culpar a política do governo Passos e a "oposição interna" no PSD madeirense - Albuquerque à cabeça, embora não o tivesse referido - como causa para ter perdido (7-4 em câmaras) as eleições na Madeira. Ele culpado? Nunca!

Mas há mais casos dignos de análise, não cabem é aqui, claro.

Termino com umas breves notas: estar numa mesa eleitoral - das sete da manhã até cerca das 22h - não é tarefa fácil. Não imaginas a burocracia - dezenas de papelada a preencher - que um acto eleitoral acarreta. E como vieram 1500 x 3 boletins de voto, imagina as sobras de papel a devolver. Isto país fora implica toneladas de papel a reciclar.

Assim, não ir votar também acarreta este sentimento de "prejuízo". Cada acto eleitoral sai muito caro, pelo que as pessoas deviam ir votar. Mas, e o povo é assim, quando não tinham esses direito, aqui d'el rei que não há democracia, mas quando tal se torna possível... a maioria não quer saber.

Também aqui seria importante que houvesse campanhas de esclarecimento para que pelo menos uma boa parte dessas pessoas entendesse a importância - até para a sua satisfação pessoal enquanto cidadãos - de participar num acto eleitoral.

Enfim, como dizem os alemães, voltei cansadíssimo para casa, mas com "a alegria do dever cumprido".



Avô Jorge disse...

Há 20 anos, mais coisa menos coisa, fiz também parte das mesas eleitorais várias vezes.
De uma da vezes foi secretário ... e papelada já era mais do que muita.