Tronco ao Léu
Uma das grandes preocupações de quem se inquieta com o futebol, como fenómeno, além de desportivo, também comercial, é o pouco tempo útil da esmagadora maioria dos jogos.
Muitos são os estudos que têm sido efetuados sobre o assunto, o Observatório do Futebol divulgou recentemente dados relativos à temporada 2024/25, onde a 1ª Liga portuguesa teve uma média de 50’44’’ de tempo útil, ocupando a nona posição entre dez ligas europeias, sendo que a primeira classificada, com 56’42’’, foi a neerlandesa, ou seja, só se joga, no melhor dos cenários, perto de 60% do tempo de jogo.
Os dados analisados referem que as faltas são o evento de jogo que mais contribui para o tempo não útil, seguido dos lançamentos de linha lateral, dos pontapés de baliza e dos cantos, devido ao elevado número de ocorrências durante o jogo.
Importa reforçar que a contribuição de cada fator para o tempo não útil, está mais relacionada com o número de vezes que ocorre, do que com o tempo médio que se perde com cada um desses fatores, por exemplo, um golo implica uma paragem média de 1’10’’, mas só ocorre, em média, 2,8 vezes num jogo, enquanto que uma falta faz o jogo parar durante 29’’, mas sucede, também em média, 32 vezes.
Enquadramento feito, vamos lá saltar para as potenciais situações.
Penso que todos estamos de acordo que a solução seria uma contagem de tempo cronometrada, à semelhança do que acontece com muitas outras modalidades, além de limitar o tempo para as reposições de linha lateral e de baliza.
Olhando para outros desportos, acho que não é necessário ir ao rigor do hóquei em patins ou do basquetebol, mas é possível tirar bons exemplos do futsal, futebol de praia ou mesmo do andebol, onde os árbitros podem sempre mandar parar o relógio em muitas situações, o que no caso das simulações de lesões e afins, desmotivaria muito os artistas da bola.
Depois temos a falta de rigor dos árbitros na concessão de tempo para compensação, uma das coisas que muito me irrita, principalmente a falta de critério, que no início da época passada parecia estar a ser corrigida, mas que rapidamente voltou ao antigamente, ou seja, toma mais lá 3 ou 4 minutos e vamos lá tomar banho.
Mas existem outros pequenos casos que podiam, e deviam, ser já eliminados.
Reparam bem, quando um jogador marca um golo e tira a camisola, vê o cartão amarelo, mas em termos de tempo perdido não me parece que seja significativo, pois ela vai regressar ao corpo em poucos segundos.
A minha principal irritação, mas que agora a moda, é de todo o mundo entrar em campo para festejar um pontapé certeiro, que claramente demora muito mais tempo até o jogo recomeçar, do que autor que só quer mostrar os peitorais.
Já não era uma boa altura para proibir estas invasões de campo consentidas, oferecendo um amarelinho aos prevaricadores?
Estudiosos do assunto, vamos lá, temos que começar por algum lado.
Para a semana há mais irritações.

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